Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

26.4.16

ENTRE COBRAS E POMBAS


ENTRE COBRAS E POMBAS

Por
Dalinha Catunda

*
A vida tem altos e baixos 
Tem curvas e tem manobras
Existe a pomba da paz
Mas também existem cobras
Desde o tempo de Adão
Perdura a situação
Deus sentiu em suas obras.
*
Sempre existe um Deus de paz
Outro para combater
A vida é feita de lutas
Sempre ouvi alguém dizer 
A batalha é permanente
Por isso não me apoquente
Não penso em esmorecer.
*
Vou fazendo poesia
Porque tenho munição
E na boca do fuzil
Ponho a flor da salvação
Faço rima, faço verso,
Navego neste universo
Que é composto de oração.

***

Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio (cantinhodadalinha.blogspot). É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

24.4.16

VOCÊ TAMBÉM FAZ PALESTRAS? PAGAM BEM?


VOCÊ TAMBÉM FAZ PALESTRAS? PAGAM BEM?
Por
Jean Kleber de Abreu Mattos

Um orientado meu do Curso de Pós-graduação em Agronomia destacava-se dos demais alunos por sua idade provecta. Assim como eu no passado, resolvera pós-graduar-se após os cinquenta. Dizia-me ele que pretendia em futuro próximo fazer o doutorado para atuar em projetos de sustentabilidade e ser um conferencista. Viajaria Brasil afora fazendo palestras sobre o tema.

Perguntei então quem financiaria tão excitante empreitada e ele me disse: “tenho meus contatos”. Nada mais perguntei.

Lembrei-me da etnofarmacobotânica Maria Thereza Lemos de Arruda Camargo, em companhia de quem viajei nos anos 1990s pelo interior do Sergipe coletando plantas medicinais. Nós havíamos sido convidados para uma mesa redonda no Congresso de Olericultura que estava em curso em Aracaju. Na hora de sua alocução ela admirou-se ao saber que falaria apenas quinze minutos, vinte no máximo. Reclamou então: “Escutem, vocês me pagam passagem aérea e hotel para falar quinze minutos?...Que palestrinha cara, hein?”

Na verdade nós não cobrávamos pelas palestras. Havia o prazer de colaborar com o congresso e também o efeito vitrine. Estávamos na mídia.

Sempre preferi os minicursos de quatro aulas. A gente se sentia mais útil. Havia mais tempo para debates e esclarecimentos. O pagamento não era nosso foco. No meu caso continua não sendo até hoje.

Quando o convite era para darmos um minicurso durante o conclave, dependendo dos recursos disponíveis, os colegas organizadores ofereciam pagamento tipo hora-aula padrão da época, o qual nos anos 1990s, regulava em torno de R$ 100 reais por hora para os colegas mais caros. Se queriam mesmo pagar, eu cobrava apenas cinquenta. Atualmente, a hora-aula para minicurso de congresso em Brasília parece estar em torno de R$ 200.

Palestras de ex-presidentes e ex-ministros obviamente são muito mais valorizadas. Lembro-me do saudoso ex-ministro da Fazenda, Dilson Funaro, do Governo Sarney, que após o diagnóstico de câncer linfático, deixou o governo e dedicou os últimos anos de vida a fazer palestras sobre os grandes problemas nacionais, como ele mesmo disse em uma entrevista.

Em 2011 de acordo com a mídia (O Globo), os preços de palestras de ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central variavam de R$ 10 mil a R$ 30 mil cada. Quando a palestra era no Brasil, o preço médio estaria em torno de R$ 20 mil. Quando no exterior, o valor chegaria a R$ 40 mil ou R$ 50 mil.


A variação de preços poderia se dever ao tempo de alocução ou à importância do evento. Quando se tratava de ex-presidentes os valores eram maiores, podendo variar de R$100 mil (FHC) ou R$ 150 mil a R$250 mil (Lula).

CONGRESSOS CIENTÍFICOS DE AGRONOMIA. O ENCANTAMENTO E A PACIÊNCIA. DEPOIMENTO DE UM DINOSSAURO.

CONGRESSOS CIENTÍFICOS DE AGRONOMIA. O ENCANTAMENTO E A PACIÊNCIA. DEPOIMENTO DE UM DINOSSAURO.

Por Jean Kleber de Abreu Mattos, Eng. Agr.

Estamos em 2016. Tenho 72 anos e participo de congressos técnico-científicos a mais de cinquenta anos. De alguns fui da Comissão Organizadora. Nos anos 1960s os congressos daquelas que hoje são grandes sociedades científicas em diferentes áreas da agronomia e afins, eram bem simples em sua organização. Era o começo de tudo.
A massificação das sociedades científicas trouxe a impossibilidade de se manterem orais todas as apresentações de trabalhos, o que era mais estimulante, sem dúvida, embora mais tenso. Prova de fogo para os novatos, que tinham que encarar um debate público.
Surgiu então a figura do “poster”. Ele tem normas, estilo até. Domínio do programa “Power Point” no mínimo, é necessário para se fazer um “poster”. Firmas existem que imprimem o “poster”. Colorido e caro.
Os resumos para os anais que hoje estão pelo menos na forma de CD, têm que estar salvos em PDF, que é um programa que impede que o texto seja corrompido por outrem. Com a concorrência atual e as possibilidades de adulteração criminosa, há que se prevenir. Sempre peço a meus colegas que têm o tal programa no computador, que salvem meu resumo como tal. Uma ajuda.
No computador buscamos o arquivo em PDF eleito, mediante o campo “procurar” e, uma vez anexado, o enviamos. O sistema somente abre a chance, óbvio, se constar nele que a nossa inscrição foi feita. Daí ganhamos uma senha...seguem–se mais algumas operações...
Recentemente resolvi quitar meu débito com uma sociedade científica. Fui informado de que deveria acessar um site especializado em cobrança usar o cartão de crédito e registrar lá o pagamento no link da sociedade. Pedi ao meu filho que me ajudasse.
Um e-mail do tipo “no replay” me diz que um assessor julgará previamente meu resumo. Seleção. É justo. Sem esse cuidado peças absurdas poderiam chegar ao conclave. Afirmações insustentáveis poderiam ser apresentadas gerando constrangimento e desprestígio. Portanto, necessário se faz que um notável aprove o meu resumo. Incógnito, claro. Eu não posso conversar, argumentar com ele de corpo presente, via de regra.
Se aprovado por AD HOCs notáveis, o resumo pode ser apresentado. O pesquisador, que teve que pagar previamente a inscrição após aprovação, deve comparecer ao conclave. Se por ventura algo o impedir de estar presente, seu resumo poderá não constar dos anais por “não apresentado”, dependendo, claro, das normas.
Há o risco de, se não comparecer, o congressista não receber o material do conclave mesmo tendo pago a inscrição, o que não tem ocorrido felizmente, bastando solicita-lo à Comissão. O nível de profissionalismo e organização da Comissão são determinantes neste caso. Já aconteceu do congresso ser muito concorrido e o material se esgotar. Comum hoje em dia congressos com número de inscrições limitadas.
O congressista também deve, em alguns casos, enviar um resumo tipo expandido. Garantia da autenticidade da pesquisa. Às vezes o resumo menor é rejeitado por razões burocráticas. Digamos, porque faltaram duas linhas à guisa de introdução, num resumo de quatrocentas letras. Esta censura às vezes é capciosa. Trata-se de um expediente para reduzir o número de trabalhos, consoante a capacidade do congresso.
Se ele conseguir comparecer, e para isso sua empresa geralmente o custeia, vai perceber que entre centenas de congressistas, uns dois ou três interessados estacionam em frente ao seu “poster” e o comentam. Geralmente seus amigos. Um ou outro lhe pede que conte uma piada.
Em agronomia nos velhos tempos proliferavam os trabalhos sobre competição de variedades, efeitos da adubação, época de plantio, controle químico da pragas e doenças, entre outros igualmente simples. Hoje destacam-se os trabalhos na área molecular. Sinal dos tempos.
Mas o que está se tornando um fenômeno, é o caráter impessoal das operações. Cada vez mais as decisões pertencem a um computador bem programado. Não fosse isso seria impossível administrar um congresso até de tamanho médio. Administração aliás, feita por firmas especializadas. Interagimos, portanto, ao participar do evento, com pessoas que não são nossos pares e sim executivos de uma programação padronizada. Nunca nos viram “mais gordos”. Um amigo meu, fundador da associação que promovia o congresso, esqueceu o crachá no hotel. Foi impedido de entrar no recinto e não entraria se o presidente do conclave não o tivesse reconhecido e providenciado outro crachá. Normas de segurança. Muito justo. Já tive um “poster” surrupiado num congresso, antes da apresentação.
Portanto, os congressos artesanalmente “feitos” por professores e estudantes, são coisa do passado, remontando ao início da formação das sociedades que tanto cresceram.

23.4.16

A N O S O G N O S I A rsrs

A N O S O G N O S I A
Copiado do FB de Paulo Gurgel do Amaral
Já faz algum tempo que andava preocupado porque:
1.-Às vezes não me recordo de alguns nomes próprios;
2. -Às vezes esqueço onde deixo algumas coisas;
3. -Quando tenho que interromper o pensamento numa conversa, sinto dificuldades em continuar no ponto em que fui interrompido;
Enfim, creio que começava a pensar que tinha um inimigo dentro da minha cabeça, cujo nome começa por Alz...
Hoje li um artigo que me deixou bem mais tranquilo, por isso passo a transcrever a parte mais interessante:
"Se tu tens consciência dos teus problemas de memória, então é porque ainda não tens problemas"
Existe um termo médico que se chama ANOSOGNOSIA, que é a situação em que não se recorda temporariamente de alguma coisa. Metade dos acima de 60 anos, apresentam algumas falhas deste tipo, mas é mais um fato relacionado com a idade do que com a doença.
Queixar-se de falhas de memória, é uma situação muito comum em pessoas com 50 ou mais anos de idade.
Se traduz por não recordar um nome próprio, entrar numa divisão da casa e esquecer-se do que ia fazer ou buscar, esquecer o título de um filme, ator, canção, não se lembrar onde deixou os óculos, etc.
Muitas pessoas preocupam-se, muitas vezes em excesso, por este tipo de esquecimento. Daí uma informação importante:
"Quem tem consciência de ter este tipo de esquecimento, é todo aquele que não tem problema sério de memória. Todos aqueles que padecem de doença de memória, com o inevitável fantasma de Alzheimer, são todos aqueles que não tem registro do que efetivamente se passa.
B. Dubois, professor de neurologia de CHU Pitié-Salpêtrière, encontrou uma engraçada, mas didática explicação, válida para a maioria dos casos de pessoas que estão preocupadas com seus esquecimentos:
"Quanto mais se queixam dos seus problemas de memória, menos possibilidades têm de sofrer de uma doença de memória".
Este texto é dedicado a todos os esquecidos que me recordo...
Se esquecerem de compartilha-lo, não se preocupem porque não será Alzheimer... e sim os muitos anos que pesam dentro das suas cabeças.
Ah! Eu já havia lhe enviado esse texto?

Fiquemos agora mais tranquilos. Este texto recebi de uma amiga Oncologista. 

21.4.16

BREVE NOTÍCIA SOBRE PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS E SEU MANEJO



BREVE NOTÍCIA SOBRE PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS E SEU MANEJO


Autor: Jean Kleber A. Mattos, Eng. Agr.

Encontram-se plantas medicinais e aromáticas nativas, cultivadas e ruderais.  As nativas são chamadas de autóctones. São originárias de determinada região do planeta e ali permanecem. As cultivadas são espécies domesticadas que podem, por intercâmbio, espalharem-se no planeta progredindo em regiões favoráveis a seu desenvolvimento.
As ruderais acompanham o homem ele queira ou não. Também são conhecidas como invasoras. Geralmente são introduzidas de outras regiões e possuem mecanismos especiais de disseminação tais como a zoocoria, a anemocoria e a hidrocoria (respectivamente a disseminação das sementes por animais, vento e cursos d´agua).
No grupo das nativas domesticáveis encontram-se a aroeira, o barbatimão, a sucupira, a fava d´anta (estas no Cerrado), a fáfia, a baleeira, o pau rosa, o aperta-ruão, o urucum entre outras de outras regiões do Brasil.
No grupo das ruderais ou invasoras encontram-se a vinca, o picão, o mentrasto, o espinho de cigano, o tipi e uma grande quantidade de outras espécies.
No grupo das cultivadas destacam-se as introduzidas, principalmente do Mediterrâneo e da África, tais como as mentas, as alfavacas, as manjeronas, as sálvias, os boldos herbáceos, o gengibre, entre tantas.
As plantas nativas apresentam via de regra algumas dificuldades à domesticação, tais como o crescimento lento após a germinação da semente que pode apresentar dormência, e a ausência de enraizamento de estacas, certamente em virtude do conteúdo em tanino de seus tecidos.
A exploração de plantas nativas tem historicamente sido baseada na simples coleta. Se a necessidade de material é muita, torna-se importante mapear as áreas silvestres para conhecer as comunidades vegetais e saber onde se aglomera determinada espécie, como é o caso do Ginseng Brasileiro (Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen – Amaranthaceaeno delta do Rio Paraná.
A coleta intensiva pode, contudo, levar à extinção da espécie, como foi o caso da Canela-Sassafrás (Ocotea odorifera (Vellozo) Rohwer - Lauraceae) em Santa Catarina, fonte de safrol. Também do Pau Rosa, Aniba rosaeodora var amazonica Ducke syn Aniba Duckei Kostermans - Lauraceae) para obtenção do perfume Chanel no. 5. Hoje em dia já existe tecnologia para a produção de Pau Rosa em grandes viveiros, e a Canela Sassafrás pode ser substituída pela Pimenta Longa (Piper hispidinervium C. DC- Piperaceae), planta facilmente domesticável. Hyptis carpinifolia Benthé outro exemplo de planta nativa da região dos Cerrados facilmente domesticável.
Se a coleta se concentra nos frutos, como é o caso da Fava d´anta (Dimorphandra mollis, Benth- Fabaceae), menos mal, pois a planta é preservada e dará outras safras. O barbatimão, Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville - Fabaceae, já não tem tanta sorte, pois o produto procurado é a casca do tronco estando a planta sujeita à destruição por coleta predatória.
As plantas invasoras podem obviamente ser domesticadas e, não raro, multiplicam-se por estaquia o que nos permite contornar problemas de dormência de sementes.

Quando se consegue domesticar uma planta nativa ela certamente estará a salvo da coleta predatória, passando a integrar o elenco das cultivadas.

2.4.16

COMEMORANDO OS 72 EM BRASÍLIA (10 FOTOS)