Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

Minha foto
Nome:
Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

20.2.16

NO TEMPO DA QUARESMA


 Por Bérgson Frota

Quando chegava a quaresma, a meninada nos longínquos anos 70 guardava as baladeiras e desmontava armadilhas, poupando munição pra outros tempos.
É pecado mortal matar qualquer animal neste período. Vão rezar, completava uma senhora ao ouvir de longe a reprimenda do primeiro.
Mas já era março, o começo das chuvas. Se tinha mandacaru florido e o fogo-pagô a cantar, era bom inverno, e naquele tinha.
Eram anúncios de chuva forte, de enchente do Jatobá, e para concluir tínhamos estas coisas a nos ocupar, a recortar de alegria o inverno na feliz infância.
As noites vinham chuvosas e frias, cheias de trovões e relâmpagos a nos assustar.
E quando de dia chovia, repetia-se os banhos nas praças, a correria pelas últimas bocas-de-jacaré ainda existentes e à debandada para ponte.
E lá vinha, das altas cabeceiras da Ibiapaba azulada, a primeira leva barrenta a trazer a água amarronzada e grossa que de dois a três dias já estava limpa e propícia ao banho.
A garotada pulava da ponte junto com os adultos, e rápido voltavam nadando, subindo o aterro e novamente chegando à ponte.
E lá ia um salto mortal, e lá ia um canga-pé (salto difícil), por fim saltos a se cansar até quase escurecer, ou quando o pai vinha antes buscar.
Na noite o coaxar alto dos sapos, que chamávamos de “zoada de cururu”.
Quando era hora de dormir, ficava uma “música” a nos embalar, além do som dos batráquios, dos pingos secos, mas constantes nas telhas, da chuva fina que ainda teimava a cair, completava os vaga-lumes que enchiam o “céu” do quarto, circundando os mosquiteiros.
Assim começávamos a saudar e viver as curtas, mas inesquecíveis estações invernosas do sertão.   

***

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzido artigos de relevância atual.     

19.2.16

CIDADE MARAVILHOSA QUATROCENTOS E CINQUENTA ANOS








CIDADE MARAVILHOSA



QUATROCENTOS E CINQUENTA ANOS

Por

Dalinha Catunda

1
Quatrocentos e cinquenta
Anos vai fazer o Rio 
Agora em dois mil e quinze
E pelo que desconfio
Vai ser festa o ano inteiro
Para o Rio de Janeiro
Cidade que aprecio.
2
A cidade ornamentada
Nova idade comemora
Desde o começo do ano
Nos festejos se aprimora
O Rio está em festa
E o povo se manifesta
Logo na primeira hora.
3
Com a mensagem do Papa
Com oferendas no mar
Com telões em toda orla
E o povo a se aglomerar
Na passagem deste ano
Saiu do papel o plano
Pro Jubileu celebrar
4
O Papa Francisco lê.
Uma importante mensagem
É um presente divino
E que sublime homenagem!
Para essa gente ditosa
De fibra e bem corajosa
Numa feliz abordagem.
5
A noite chegou festiva
Um novo ano raiou
Na praia de Copacabana
Um letreiro se avistou
O mundo inteiro comenta
Quatrocentos e cinquenta
No mar do Rio brilhou.
6
Também quero celebrar
Esse Rio de Janeiro
Que completa ano em março,
Logo no dia primeiro
A Deus peço inspiração
Pra cantar com precisão
Sem me perder no Roteiro. 
7
Neste meu canto agreste
Bem repleto de emoção
Rogo ao Santo padroeiro
Que é São Sebastião
Que proteja esta cidade
De toda nocividade
Dela seja o guardião.
8
Eu rezo para São Jorge
No templo ou no terreiro
Como o povo carioca
Tenho fé neste guerreiro
Vermelho gosto de usar
Quando saio pra rezar
Frente ao santo milagreiro.
9
Na igrejinha da Penha
Promessas eu já paguei
Subi toda escadaria
Ajoelhei-me e rezei
E mantendo a minha fé
Eu continuo de pé
Neste Rio que adotei
10
Rio tem tanta beleza
Que quem vê fica abismado
O bonde do Pão de Açúcar,
Trenzinho do Corcovado
Nunca vi tanta riqueza
Nos seduz a natureza
Deste mundo encantado.
11
A Quinta da Boa Vista
Vale a pena visitar
O zoológico conhecer
Belo lago apreciar
Até fazer piquenique
Sendo brega ou sendo chique
Pra quem gosta é bom lugar.
12
A cidade tem encantos
No asfalto, na favela,
O Mirante Dona Marta
Vidigal de vista bela
Pra maior contemplação
O bondinho do Alemão
Muita beleza revela.
13
Rio de tanta cultura
Do Deposito Legal
Da rica biblioteca
Nominada Nacional
Guardiã da nossa história
É quem preserva a memória
Deste acervo cultural
14
Na Cinelândia fulgura
Teatro Municipal,
O velho Cine Odeon,
Vive o Teatro Rival
E o famoso barzinho
Chamado Amarelinho
Com vista sensacional.
15
A Lapa tem seus encantos
Tem forró, samba, chorinho,
Com seus hotéis e pousadas
Do turismo é o caminho
Reduto da malandragem
Em sua bela paisagem
Um aqueduto branquinho.
16
Rio cidade turística
Berço de tanta riqueza
A Floresta da Tijuca
Abriga a Vista Chinesa.
Repleta de atrações
Com seus velhos casarões
Destaco Santa Teresa.
17
Cenário de tantas praias,
Do Leblon, do Arpoador,
Copacabana, Ipanema,
Do festejado calor
De gente alegre e bonita
Que encanta quem avista
O bronzeado da cor.
18
É na Rodrigo de Freitas
Lagoa sensacional
Que o lindo Rio exibe
A Árvore de Natal
Que sempre atrai multidões
Entre tantas atrações
Ela é monumental
19
É a ponte Rio–Niterói
Valiosa construção
Sobre a Baia da Guanabara
Em prol da população
Facilitando a viagem
Para outras paragens
Que usava embarcação.
20
Na feira de São Cristóvão
Um pedaço do Nordeste
Tem arte tem culinária
Ecoa o canto agreste
Na boca do cantador
O Rio ganha louvor
Na voz do cabra da peste.
21
Grandes times tem o Rio
Cada um com seu plantel
Tem Fluminense, tem Vasco,
Também torcida fiel,
E viva o grande Flamengo
Apelidado de Mengo
Que faz bonito papel.
22
Fla-Flu no Maracanã
É a coisa mais bonita
É no grito da torcida
Que a galera se agita
E no festival de cores
É choro, risos e dores,
Numa emoção infinita.
23
Meu time é o Botafogo
Estrela em meu coração
Time de Nilton Santos,
De Didi, de campeão
De Garrincha, de Marinho,
De Zagallo e Jairzinho
De Amarildo e de emoção
24
Esse Rio animado
É mesmo sensacional
Berço sagrado do samba
Reduto do Carnaval
Onde a mulata passista
Brilha no meio da pista
Com sua graça natural
25
No tão famoso Sambódromo,
A magia solta rola
Na passarela do samba
Desfila cada escola
Ao toque da bateria
A multidão se arrepia
E o samba se desenrola
26
Rio de tantas Escolas
Cada qual mais envolvente
Da Mangueira, do Salgueiro,
Mocidade Independente
Dentre todas a mais bela
É minha amada Portela
E a segunda é São Clemente.
27
O Cordão do Bola Preta
Arranca aplauso geral.
Acompanho encantada
Quando sai no Carnaval
Pra ele aceno e sorrio
Pois é a cara do Rio
Um bloco tradicional.
28
Louvo o Rio de Cazuza
De Vinícius de Morais
Do maestro Tom Jobim
Do Tim Maia e tantos mais
Louvo o canto que me toca
Lindo canto carioca
Registrado nos anais.
29
Cidade Maravilhosa
Minha morada divina
Adoro teu aconchego
Mesmo eu sendo nordestina
Depois de tanto fracasso
Aqui acertei meu passo
Sem chorar a minha sina.
30
Salve o Rio de Janeiro
Cidade Maravilhosa
Cidade que me abrigou
E dela sou orgulhosa
Aqui nessa louvaminha
Vai o canto de Dalinha
Em missão afetuosa.
*
Cordel de Dalinha Catunda - Xilo de Maércio Lopes


Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio (cantinhodadalinha.blogspot). É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.

4.2.16

O MOSTEIRO DOS JESUÍTAS NA SERRA DE BATURITÉ NO CEARÁ.

RECEBI DE MINHA AMIGA, A POETISA CEARENSE WALESKA FROTA, FOTOS DO MOSTEIRO DOS JESUÍTAS NA SERRA DE BATURITÉ NO CEARÁ. EXCELENTE OPÇÃO PARA TURISMO RELIGIOSO E DE CONVENÇÕES.
Eis o texto da poetisa: 
Prezado Jean Kleber
O Mosteiro dos Jesuítas fica no topo da serra de Baturité. Possui uma arquitetura fantástica que convida ao mistério e a contemplação. Com uma vista privilegiada, possui uma igreja, e uma pousada. Distante da cidade a alguns quilômetros, vale a pena conhecer pois, é um dos pontos mais visitados pelos turistas. O exterior é um convite a grandeza de Deus que esculpe através de seus servos belos monumentos. O interior nos reserva surpresas como estátuas de portes inigualáveis, e um jardim onde a natureza nos presenteia com beleza e paz interior.
Envio algumas fotos para que publiques junto.
Feliz carnaval pra você e família.
Abraço.