Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

28.4.15

BALAIO DE SOGRAS

BALAIO DE SOGRAS
Por

Dalinha Catunda
*
Aqui neste meu balaio
Amigo, muita atenção.
Tem sogra pra todo gosto,
Tem muita reclamação!
Não é minha a grosseria
Apenas faço poesia,
Com a voz da população.
*
Mas também tem elogios
E boa declaração,
De quem adora a sogra
E por ela tem afeição.
Porque tem sogra querida
Sendo também exibida
Nesta minha explanação.
*
Eu ainda não sou sogra
Porém um dia vou ser.
Vou tratar minha nora,
Do jeito que merecer.
Se for pessoa educada,
Serei sogra camarada
E confesso, com prazer!
*
Agora quero falar,
Da sogra de muita gente.
Dos que detestam a sogra
E de quem está contente.
Há sogra que ninguém quer,
Mas tem a boa mulher
Que não é sogra é presente.
*
Ao olhar pra minha sogra
Bate-me uma aflição,
Vejo que minha mulher,
Tem dela a mesma feição.
A velha era ajeitada
Mas agora pregueada
Está o retrato do cão.
*
Se ter sogra fosse bom,
Uma teria Jesus.
Mas antes de se casar
Morreu pregado na cruz.
E deixou para os terrenos
As sogras e seus Venenos
Coisa que não me seduz.
*
Pra sogra do meu marido,
Faço versos, faço loa.
Neste mundo nunca vi,
Uma sogra assim tão boa.
É um poço de ternura,
Essa gentil criatura
Maravilhosa pessoa.
*
Minha sogra diz que é boa,
Mas na verdade é cruel.
Sua palavra mais doce,
Amarga mais do que fel.
Estou vivendo um tormento,
Conflito no casamento,
Por causa da cascavel.
*
Vou pagando meus pecados
Desde quando me casei.
Uma sogra como a minha,
Ter eu nunca imaginei.
É sebosa, fuxiqueira,
Metida a presepeira,
Da velha já me cansei.
*
Minha sogra é divina!
A coroa é um mulherão.
Não vou dizer que é um Boeing,
Contudo é um avião.
É uma coroa sarada
Já foi recauchutada,
Porém dá um bom pirão.
*
De sogra quero distância.
Ela não vem no pacote.
Se ela mora no Sul,
Eu volto para meu Norte.
Pois sogra não é parente
É apenas aderente,
Praga ou falta de sorte.
*
Minha sogra é ignorante,
Minha mulher diz te arreda.
A sogra mandei pro diabo,
A mulher mandei a merda.
E nas duas baixei a lenha,
Tem lei Maria da Penha,
Mas a justiça é lerda.
*
Minha sogra é bondosa,
Comparo a virgem Maria.
Mãe de uma santa Mulher,
Que só me trouxe alegria.
Quando resolvi casar,
E subir naquele altar,
Acertei na loteria.
*
Coitado do meu sogro
Sofre com a mulher que tem,
Eu, aqui na minha casa,
Sofro com a minha também.
Tanto a mulher como a sogra
São da família de cobra,
Das que mais veneno tem.
*
Minha sogra quando ri
Parece que faz careta.
Totalmente desdentada
Tem a cara do capeta.
Pernas, só vendo a finura
Parece uma saracura,
Inda por cima é zambeta.
*
De cobra bem venenosa,
Também de bruxa malvada,
A coitadinha da sogra,
Muitas vezes é chamada.
Mas às vezes é tão boa
Tão gentil como pessoa
Que pela nora é amada
*
Sogra boa eu lhe digo,
É igualzinha a macaxeira,
Só presta bem enterrada
Não estou dizendo besteira
A que lá em casa tenho,
E que até hoje mantenho
Já puxou até peixeira.
*
28 de abril é o dia da sogra, aqui tem sogra para todos os gostos
Versos de Dalinha Catunda, fotografia retirada do google.



Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.Escreve no Jornal Gazeta de Notícias do Cariri, No Blog Jornal da Besta Fubana e No Blog do Lando. Faz parte da ACC (Academia dos Cordelistas do Crato) e da AILCA, (Academia Ipuense de Letras Ciência e Artes). É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

23.4.15

Saudades da Rádio Vale do Jatobá

Saudades da Rádio Vale do Jatobá
Por
Bérgson Frota

Chega a noite, e o silêncio, no céu a lua cheia a brilhar, e as estrelas eternamente piscando.
Nas ruas iluminadas motos e carros cruzam rápido, casais a se encontrar nas hoje várias praças da cidade. Bares com seus costumeiros freqüentadores, turma de crianças em correria.
Nas calçadas pessoas em suas cadeiras de balanço a conversar, a rirem e prosear.
O vento frio e inerte do sertão já se faz presente.
Houve no passado uma amplificadora que por mais de quarenta anos funcionou, é agora calada. Ficou na lembrança, se foi com seu criador, era a Rádio Vale do Jatobá, iniciava às sete finalizando às nove horas suas músicas antigas e mais recentes.
Seu criador, Arimatéa Catunda já não mais estava. Partiu como feito com o tempo um tácito contrato inadiável. Que cumpriu.
No passado não tão distante tinha Ipueiras essas melodias,todas as noites, silenciando em dias santos ou quando por respeito aos que se iam.
Fica hoje uma saudade daquelas músicas notívagas, naqueles que ao ouvi-las iniciaram namoros e futuro enlaces.
A música não parou, ainda toca no coração e mente dos que saudosos  lembram e sentem os sons de um tempo que já passou.

***
          

               Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzido artigos de relevância atual.
 

21.4.15

UM ADEUS QUE JÁ DEIXA SAUDADES

Um adeus que já deixa saudades       

Ontem (dia 20 de abril) o nosso querido Dedé (Arimatéa Catunda), 
fez sua passagem para o plano maior. 
Aos 80 anos este batalhador ria quando a vida lhe oferecia todos motivos para chorar.
Animou por décadas com cinema, e depois a famosa Rádio Vale do Jatobá a sua querida Ipueiras.
Hoje, 21 de abril, a cidade está mais triste.
Cumpriu sua missão, com dignidade e nunca queixar-se.
Uma figura que será difícil esquecer.
Meu tio, que deixou um exemplo para orgulhar-me.

Bérgson Frota                
Crédito da foto :  arquivo pessoal

A VOZ DE IPUEIRAS

A VOZ DE IPUEIRAS
Por

Dalinha Catunda
*
As desventuras da vida
Não arrancaram o sorriso
Que ilumina seu rosto.
Continua seu ofício.
Pra ele não é sacrifício
Permanecer em seu posto
*
Sei que, em sua humildade,
Até hoje ainda não sabe
Seu verdadeiro valor.
Foi tal ser iluminado
Que embalou, no passado,
Os nossos sonhos de amor.
Foi ele a trilha sonora
Das tristes e alegres histórias
Que nossa gente viveu.
Foi ele a alma da praça,
Que se enchia de graça
A cada anoitecer.
*
Foi ele o som de Ipueiras
Naqueles anos dourados.
Ouvíamos recentes sucessos
Por ele selecionados.
Era Ipueiras cantando
Como se um mundo encantado.
*
É ele o valente guerreiro,
Que animou sem parar,
Mantendo, com alegria,
A Vale do Jatobá,
Rádio que deu vida e voz
Ao nosso pequeno lugar.
*
É ele uma andorinha,
Sozinha fazendo verão,
Espalhando suas músicas
Como nos tempos de então,
Arrancando doces suspiros
De quem viveu de emoção.
*
É ele a saudade constante
Dos incorrigíveis amantes,
Que sonham com antigos amores.
É ele o bolero tocado,
Tocando-nos o fundo da alma,
Na busca dos velhos sabores.
*
Orquídeas, rosas, violetas
Certamente não foram em vão.
Formam um buquê de saudades
Que trago em meu coração.
Regadas com todo o carinho,
Por certo não murcharão.
*
Às vezes, me pego cantando,
Em meu jeito de cantar...
“Por que não paras relógio?”
Não cessa o teu badalar!
Quero passear na avenida,
Ouvindo a rádio tocar.
Mas a avenida está distante
E até de nome mudou.
Do testamento de Judas,
Só a saudade ficou.
“E agora José?”
Será que o sonho acabou?
*
A Arimatéia Catunda,
Minha eterna gratidão.
Pelo som de suas músicas
Gerando amor e paixão.
Como eu, muitos amigos
Viveram a mesma emoção.
*
Versos e fotos de Dalinha Catunda
Minha homenagem ao Dedé que lamentavelmente fez sua passagem, mas ficou na história e no coração dos Ipueirenses.

1.4.15

E A CHUVA CHEGOU!

*
A chuva chegou de vez
Trazendo transformação
A saparada faz festa
Saudando a nova estação
O canto da passarada
Saúda a nova jornada
Que traz vida pro sertão.


O sertão trocou de roupa
Volta o tempo da bonança
Na paisagem brota o verde
Carregado de esperança
O rei sol faz feriado
E sertanejo animado
Prepara sua festança.
*
O açude já encheu
Da grota escuto a zoada
O rio já deu enchente
A água corre toldada
Diante da correnteza
Eu testemunho a beleza
Que chega com a invernada.

*

Versos e foto de Dalinha Catunda

Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.Escreve no Jornal Gazeta de Notícias do Cariri, No Blog Jornal da Besta Fubana e No Blog do Lando. Faz parte da ACC (Academia dos Cordelistas do Crato) e da AILCA, (Academia Ipuense de Letras Ciência e Artes). É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).