Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

5.5.14

DE POETAS E DECLAMADORES


Por
Jean Kleber Mattos

Ipueiras é um celeiro de poetas. Nesta matéria, mesmo de forma resumida e em ordem alfabética, gostaria de destacar alguns, em parte por sua incontestável visibilidade na história de Ipueiras, em parte por minha proximidade, pois convivi no passado e ainda convivo pessoalmente com um deles.

Gerardo Majella Mello Mourão nasceu em Ipueiras_CE em 08 de janeiro de 1917 e faleceu no Rio de Janeiro em 09 de março de 2007. foi um jornalista, poeta e escritor brasileiro. Era membro da Academia Brasileira de Filosofia, da Academia Brasileira de Hagiologia e do Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura do Brasil. Era um dos mais respeitados escritores brasileiros no exterior. Foi denominado de “O Dante brasileiro”.
Católico praticante,pertenceu ao movimento integralista, tendo estado preso dezoito vezes durante as ditaduras de Getúlio Vargas e a de 1964 a 1985. Numa delas, ficou no cárcere cinco anos e dez meses (1942-1948). No documentário “Soldado de Deus” (2004) , dirigido por Sérgio Sanz, Gerardo Mello Mourão declara que saiu do integralismo no período em que esteve preso pelo Estado Novo de Getúlio Vargas, e afirma, contundentemente, que "foi" integralista e não o era mais desde então. Em 1968 é novamente preso, acusado dessa vez de comunismo pelo AI-5 no período da ditadura militar; nessa ocasião divide cela com nomes como Zuenir Ventura, Ziraldo, Hélio Pellegrino e Osvaldo Peralva.
Já na maturidade, foi candidato a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras e foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura em 1979. Em 1999 ganhou o Prêmio Jabuti  pelo épico Invenção do Mar. Escreveu: Cabo das Tormentas (1944); A invenção do saber; O valete de espadas; O país dos Mourões; Rastro de Apolo; Os Peãs; O sagrado e o profano; As vizinhas chilenas (1979); Suzana 3 - Elegia e Inventário (1998); Cânon & fuga (1999) Invenção do Mar (1999); O Bêbado de Deus (2001); Algumas Partituras (2002); O Nome de Deus (obra póstuma in: Confraria 2 anos, 2007).

Jeremias Catunda: Detentor de um notável Curriculum incluindo cargos públicos e premiações. Aqui destaco dois itens. Publicou, por ocasião do Primeiro Centenário do Município de Ipueiras, ocorrido em 1983, "Ipueiras, uma síntese histórica" e em 1985 na Primeira Semana Cultural de Ipueiras lançou o seu livro poético : “Versos Versus Minha Vontade”. Em virtude de sua vasta obra consagrada à sua cidade natal foi denominado “O poeta de Ipueiras”. Entre outros destaques, Jeremias Catunda foi membro da ACI (Associação Cearense de Imprensa) tendo sido distinguido com o "Chevron" de ouro pelos seus 40 anos de atividades jornalísticas. É sócio fundador da Associação Cearense de Jornalistas do Interior, escolhido e premiado em seis congressos da classe como um dos mais atuantes membros. É reverenciado pelo filho, o escritor Bérgson Frota com várias crônicas nos blogs ligados a Ipueiras. Faleceu em 02.08.2009.

José Costa Matos:
Nasceu em Ipuieiras em 02.09.1927. Membro da Academia Cearense de letras. Viajando nos sites encontram-se facilmente várias citações do poeta e escritor José Costa Matos, como a de Nilto Maciel, de 27/5/2006, no Panorama do Conto Cearense-Parte III: "José Costa Matos (Ipueiras, 1927), poeta, contista e romancista, tem alguns livros de poemas e é autor do volume Na Trilha dos Matuiús (1998), um dos vencedores do II Prêmio Ceará de Literatura, de que resultou livro com este título, em 1995. Está presente em algumas antologias, como O Talento Cearense em Contos, com "Incêndio na Pedra". Ganhou alguns prêmios literários fora do Ceará.” Costa Matos é meu padrinho de crisma. Dele ganhei, quando jantamos em família na casa de Carlito Matos em 2007, quatro obras literárias premiadas de sua autoria: “Na Trilha dos Matuiús”, “Estações de Sonetos”, “O Rio Subterrâneo”, “O Povoamento da Solidão”, além de seu Discurso de Posse como membro da Academia Cearense de Letras. Faleceu em Fortaleza, em 02.03.2009. Saudades de meu padrinho.

Kideniro Teixeira: Sobre ele o professor universitário Marcondes Rosa de Sousa escreveu: “O poeta Kideniro Flaviano Teixeira nasceu em Águas Belas, município de Ipueiras, no Ceará, em 16 de agosto de 1908. Morou por longos anos em Manaus, Am. Naquela cidade diplomou-se em Direito, advogou, foi jornalista em A Tarde e professor na Escola Técnica Federal e no Colégio D. Bosco.Posteriormente, retornou ao Ceará, onde passou a atuar como Promotor de Justiça. Obra poética publicada: LANTERNA AZUL (1944), MANDACARU (1976) e ILUMINURAS DA TARDE (2000). (...).Quero destacar (em Iluminuras da tarde) alguns poemas que considero admiráveis: "Tristeza", "Aos que Vêm", "Aniversá­rio", "Meu Grande Anseio" (uma obra-prima em dois sonetos) e "A Espera” sem demérito para os demais. Faleceu em 27.07.2008.

MARIA DE LOURDES ARAGÃO CATUNDA – Poetisa, escritora e cordelista com extensa produção divulgada pela internet. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda. Vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais “Diário do Nordeste” e “O Povo”, nas revistas “Cidade Universidade” e “Municípios” e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras, Ethos Paidéia e Suaveolens. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot)

E os declamadores?
Ah! Os declamadores somos todos nós, pobres mortais, que admiramos os poetas e recitamos seus versos em saraus próprios e tertúlias. O professor Marcondes Rosa de Sousa, pró-reitor aposentado da Universidade Federal do Ceará, relatou no blog Ipueiras, por ele gerido, que minha avó, a professora Luiza Mendes do Santos, o fizera declamar um poema de Gonçalves Dias, na escola primária Educandário N. S. da Conceição em Ipueiras, com inegável sucesso. 
Meu pai me contava que em Ipueiras, um declamador de poesias tinha um apelido, que ele detestava. Era “João Bico Doce”. O João participava de um sarau cultural em uma residência da cidade. Bastante gente presente com a plateia ocupando até a calçada da residência.
Na hora de sua declamação, iniciou com a frase:
-“Sabem quem foi o  Ahsverus?
Ao que alguém da galera do sereno gritou:
- Foi o João Bico Doce!
Vermelho de raiva o declamador perdeu a compostura e vociferou:
- Foi a tua mãe, filho de uma égua!
A propósito, encontra-se na internet que o judeu errante também chamado Aasvero, Asvero, Ahasverus, Ahsuerus ou Ashver é um personagem mítico, que faz parte da tradição oral cristã. Diz a lenda que Ahsverus foi contemporâneo de Jesus e trabalhava num curtume ou oficina de sapateiro, em Jerusalém, numa das ruas por onde passavam os condenados à morte por crucificação, carregando suas cruzes. Na Sexta-feira da Paixão, Jesus Cristo, passando por aquele mesmo caminho, carregando sua cruz, teria sido importunado com ironias ou agredido verbal ou fisicamente, pelo coureiro Ahsverus. Jesus, então, o teria amaldiçoado, condenando-o a vagar pelo mundo, sem nunca morrer, até a sua volta, no fim dos tempos. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Judeu_errante).
***

Fonte da figura: poesiaevanglica.blogspot.com 

2 Comentários:

Blogger Dalinha Catunda disse...

Jean Kleber, meu amigo, eu já ficaria feliz em apenas bater palmas para estes ícones da prosa e do verso filhos de Ipueiras. Fico aqui, sem falsa modéstia, grata pela pela minha inclusão nesta constelação de astros que continuam brilhando no mundo da literatura. Ainda vou comer muita farinha até chegar lá.

5.5.14  
Blogger Jean Kleber disse...

Você merece, minha amiga ! Beijo!

5.5.14  

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