Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

29.7.13

MEU TESTEMUNHO!



Por
Dalinha Catunda
*
Nasci e fui batizada
Como manda a tradição
Recebi nome de santa
Logo dois na ocasião
Antes de Lourdes, Maria!
Como minha mãe queria
E não houve objeção.
*
Fui crescendo e aprendendo
Com tia Isa a oração
Quando aprendi a rezar
Fiz primeira comunhão
Fui anjinho no altar
Nos festejos do lugar
Chamado coroação.
*
Gostava de me entranhar
Nas quermesses corriqueiras
Conceição era a rainha
Entre santas padroeiras
Vendo a santa no andor
Cantava em seu louvor
Nas procissões de Ipueiras.
*
Até gostava da missa
Mas detestava sermão.
Começando a namorar
Larguei logo a confissão
Na confissão coletiva
Eu passei a ser ativa
E a meu Deus roguei perdão.
*
Cresci e multipliquei
Mas perdi o paraíso.
Pedras foram atiradas
Mas não tive prejuízo
Tive que dizer adeus
Mas comigo tinha Deus
Que resguardou meu juízo.
*
Ainda faço promessa
Como nos tempos d’então
Costume que aprendi
Vivendo no meu sertão
Na hora da Ave Maria
Eu faço o que mãe fazia
Me benzo e faço oração.
*
Eu não vivo a lamber hóstia
Nem me encharco d’água benta 
Banco duro de igreja
Minha bunda não esquenta
Mas vendo o Papa Francisco
Esqueço meu jeito arisco
Pra ser católica atenta.

*
Foto: site veja.abril.com.br

Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).

28.7.13

NOSSAS DUAS VIDAS




Por

Felipe de Moraes
(Gonçalo Felipe)

Hoje logo cedinho, quando caminhava,
O vi ali quietinho, acho que me esperava.
Minha face ardeu, de repente mudou a cor.
Em recordações eu senti a seta do amor
No meu peito, cruelmente se aprofundava.

Lembrei de quando um dia escrevi 
Na sua página a frase "EU TE AMO".
Hoje, ainda não chorei. Mas ao te ver
Sei que isso logo me vai acontecer
Também já é de costume, nem reclamo.

Fica aí, continua aí, meu querido sapo.
Amanhã verás o meu rosto diferente
É a saudade dando no coração, sopapo,
Por fora, sorrindo, por dentro um fiapo.
São coisas que a saudade faz com a gente.

Aqueles nossos castelos de sonhos caíram
Por cima de ilusões que também fugiram
Nossas juras de amor não foram cumpridas.

O que falei, o que falastes, ouvir, Deus não quiz.
Mas, agora, o cruel Destino deve se sentir bem feliz
Por ter separado para sempre as NOSSAS DUAS VIDAS.



Foto: site parquedpedro.com.br 


Gonçalo Felipe (Felipe de Moraes) é o prestigiado poeta de Nova Russas que nos brinda com poesias sobre nós, sobre Ipueiras, sobre nosso pé de serra, enfim sobre a vida de todos nós.

23.7.13

A PARTIDA DE DOMINGUINHOS

















Por
Dalinha Catunda

Uma sanfona emudece
Um sanfoneiro partiu.
Quem Dominguinhos ouviu
A sua voz não esquece.
O seu canto além de prece,
Foi encanto e louvação,
Encantou serra e sertão
Quem de Lua foi herdeiro,
Partiu nosso sanfoneiro
Partindo meu coração.

Foto: jornalanoticia.com

Maria de Lourdes Aragão Catunda – Poetisa, Escritora e Cordelista. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio: (cantinhodadalinha.blogspot).




21.7.13

DOIS AMIGOS. DOIS DOUTORES E UM POEMA


 
Por
Felipe de Moraes
(Gonçalo Felipe)

Um poema eu ofereço
A dois amigos distintos
Um apoia o que escrevo,
Interpretando o que sinto.
Já o outro, infelizmente
Apesar de inteligente
Não entra neste recinto.

Um não gosta de cordel
Descrimina-o abertamente
Com uma ou duas palavras
Se nota o nojo que sente
Já o outro também doutor,
Trata o cordel com amor.
A cantoria, o repente.

Ama com sinceridade
As coisas do meu sertão
Demonstra sentir saudade
Do seu querido torrão
Na estação Primavera
O amor nas flores impera
Florindo o seu coração.

Apaixonado por plantas
Eu fico à imaginar
Seu quintal existem tantas
Ele no meio à cuidar
Tratando-as com zelo certo
É bem capaz de um deserto
Se transformar num pomar.

O outro na realidade
Nem vou aqui destacar
Pelo que ele escreveu
É fácil ver a verdade
Uma hipótese me ocorreu;
Eu acho que ele nasceu
Depois da felicidade.

Como também é amigo
Sua opinião eu respeito
Defendo que ele a tenha,
Discordar é meu direito.
Não tem problema nenhum
Um abraço para cada um.
Meus dois amigos do peito

Figura: site sonhofeliz.com/doisirmaos.htm


Gonçalo Felipe (Felipe de Moraes) é o prestigiado poeta de Nova Russas que nos brinda com poesias sobre nós, sobre Ipueiras, sobre nosso pé de serra, enfim sobre a vida de todos nós.

14.7.13

EU ESTIVE NO PALÁCIO MEDIEVAL DE FORTALEZA


Por 
Valéria Gabriel Lopes
(Depoimento)

Logo que chegamos ao castelo, me deu um friozinho na barriga, e perguntei: será que vou ter coragem de entrar? Respirei fundo e entrei. Gente, o que vi foi um castelo de contos de fada. Ao chegar, deparei com portões como se fosse uma entrada de carro e logo tinha uma escada que dava para a parte da área de serviço. No chão mosaico decorado, azulejo decorado estilo português. As salas cheias de molduras na própria parede e pintadas à mão. O piso das salas era de tábua corrida.

Mas o que nos fascinou foram os quartos com suítes e os banheiros que tinham banheiras altas. Tínhamos que subir dois degraus para adentrar, bem exóticas para a época. Chão com mosaico e nas paredes, azulejos decorados, fora o que sentimos ao reviver um passado. E pensar como foi o Castelo em seu tempo áureo!

Pena não ter sido tombado e sim depredado pelo tempo e destruído pela ganância para a construção de um supermercado. Mas resgatado a tempo o que restou, pela população junto com a Imprensa da época.

Hoje restam as casas construídas pela viúva do proprietário e alugadas para a sua sobrevivência. E não como casas de criados como pensam muitas pessoas que não conhecem a sua história.

Vi isso tudo pessoalmente durante minha adolescência. A história do castelo sempre será contada e recontada toda vida que alguém colocar uma foto em qualquer meio de comunicação. Sou parte do senso comum de onde tudo começa.

Amigo, espero que com o pouco que ainda me lembro possa acrescentar algo ao seu trabalho de resgate da historia do mesmo. O meu relado foi a experiência que eu mesmo vivi e historias que todas as pessoas de Fortaleza contavam de geração em geração de toda a minha vida.

Foto - fonte: fortalezanobre.blogspot.com

Valéria Gabriel Lopes é membro do grupo  Padaria Digital - Novos Tempos Novas Idéias do Facebook. Mora em Fortaleza, Estudou no Colégio São João, no Colégio Stella Maris e na Universidade do Ceará.

NOTA DO BLOG:  O palácio situava-se na Avenida Santos Dumont no Bairro da Aldeota em Fortaleza-Ce. Pertencera a um ricaço, Plácido de Carvalho, que o erigira atendendo ao desejo de sua esposa Pierina Rossi, uma italiana que condicionara seu casamento com ele e conseqüente a vinda de mudança para o Brasil, à construção do palácio, que esteve a cargo do construtor João Sabóia Barbosa. Isso tudo por volta de 1912. Assim, casaram e viveram juntos até a morte de Plácido.  Neste mesmo blog sob os títulos "A História do Palacete do Plácido" e "Um Postal Esquecido" encontram-se duas crônicas do escritor Bérgson Frota, e sob o título "O Castelo do Plácido", uma crônica do blogueiro Jean Kleber Mattos.

13.7.13

ESTÁ ESCRITO NA BÍBLIA



 Por

Felipe de Moraes
(Gonçalo Felipe)

ESTÁ ESCRITO NA BÍBLIA:

Está escrito na Bíblia:
Que duas mulheres tiveram
Dois meninos e quiseram
Com muita compreensão.
Juntas em perfeita união
Morar num só apogeu.
Mas depois aconteceu
O maior dos empecilhos:
Durante a noite, um dos filhos
Das pecadoras, morreu.


Morreu num pano abafado
E além da mãe dar motivo;
Trocou com o menino vivo
O seu, já sendo um finado
Deixou um bebê parado
Pegou outro se bulindo.
Se chorava, ficou rindo.
Deitou-se e ficou calada.
A outra não notou nada
Porquê estava dormindo


Quando o dia amanheceu
Veio a questão do motivo
A mãe do menino vivo
Contra a do que morreu.
Esta disse: "o filho é meu"!
A outra respondeu: "NÃO"!!!
Então naquela questão
As duas não se entenderam
Pra decisão resolveram:
Conversar com Salomão.


Ouvindo a declaração
Veio a decisão do Rei:
Dizendo assim: "eu já sei
Das duas quem tem razão".
E sem dar demonstração
Falou com uma voz branda:
"Uma espada, quem me manda?
Não vou desgostar quem veio.
Parto o neném bem no meio
E cada leva uma banda"


A mulher que estava errada
Por não ser a mãe da criança.
Por fora sentiu a vingança
Por dentro, não sentiu nada.
Ainda falou exaltada:
"A decisão foi-me bela.
Não sei a opinião dela.
Mas da minha parte, eu combino.
Pode partir o menino.
Não vai ser meu e nem dela".


A mãe verdadeira contesta:
"NÃO COMETA ESSA DESGRAÇA!!!!!
Pelo amor de Deus não faça
Uma coisa horrível dessa.
O meu filho me interessa 
É com amor que convivo
Não vejo nenhum motivo
Pra matar o meu garotinho.
Não mate o meu filhinho.
Entregue-o pra ela, vivo",


Disse o Rei: "exatamente
Você ganhou na triagem
Nem uma mãe tem coragem
De partir seu inocente.
Sai daqui inconsciente!!!!
Vai sepultar teu pagão"!!! 
Mãe falsa perde a questão
A outra sai consolada.
Está na Bíblia Sagrada
A Justiça de Salomão

Figura: site colorirgratis.com





Gonçalo Felipe (Felipe de Moraes) é o prestigiado poeta de Nova Russas que nos brinda com poesias sobre nós, sobre Ipueiras, sobre nosso pé de serra, enfim sobre a vida de todos nós.