Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

Minha foto
Nome:
Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

31.12.11

BEM VINDO AO ANO DE 2012


Por: Bérgson Frota


A chegada de um ano novo é especial.
Paramos para pensar em nossas vidas, os acertos e
desacertos do ano que passou. E somos levados a refletir no que queremos
realizar nos dias e meses que hão de vir.
Sejamos positivos sempre.
E nesse espírito de esperança seremos com certeza
aptos a planejar e concretizar as mudanças tão desejadas.
As coisas tristes que passaram, que sejam
transformadas em experiências.
Novas e ricas oportunidades surgirão.
Sabedoria para desejar o que queremos fará bem, que ela
seja nosso guia.
Manter o coração livre de ódio e afastar os
aborrecimentos.
Pensar um pouco mais nos outros, não esquecendo
primeiro em si.
Que todos percebam no íntimo a renovação e nesse
percebimento tenha lugar a alegria, a saúde, a paz e a realização que nos trará
a alegria.
Finalmente nunca esqueçamos que a verdadeira
alegria vem da comunhão espiritual e nessa mensagem, desejo a todos um farto e
feliz 2012.

.
Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

26.12.11

NATAL DE LUZ

Por
Ilvis Ponciano

Quando ele se fez Homem
E na manjedoura nasceu
Uma estrela luminosa
Do céu, ligeira desceu
Anunciando o Messias
Como a história prometeu.

Tendo Maria por mãe
E por pai o bom José
Jesus cresceu na virtude
E sendo como Ele é
Quis redimir os pecados
Dos homens de boa fé.

Ele sempre praticou
O amor sem condição
E amou sem cobrar nada
Foi essa sua grande missão
Do Filho do Pai Eterno
Pra nos dar a salvação.

Jesus trouxe o exemplo
Como se deve viver
Amando sem cobrar nada
Procurando o bem fazer
No coração do irmão
Faça a esperança crescer.

Esperança de bons dias
De uma vida mais feliz
Como Ele nos ensinou
E a Bíblia também diz
Ser manso de coração
E não ser nenhum juiz.

Pois julgar o nosso irmão
Nós não devemos fazer
Se o fazemos, um dia
Julgados podemos ser
E ter motivos pra discórdia
Afligindo o nosso ser.

Por isso, peço pra todos
Que amem a cada irmão
Sem olhar a quem doamos
Nossa contribuição
Como Jesus Nazareno
Amemos com o coração.

.
Figura: site scrapsdinamicos.com.br.presepio.html

Ilvis Ponciano Araújo Lima é cearense, professora universitária, dirigente e conferencista da Universidade Holística Internacional do Ceará
(UNIPAZ).

23.12.11

O NATAL DO BODE IOIÔ





.
Por Bérgson Frota
.
Era Natal e Fortaleza iluminada vista do alto parecia um imenso mar de luzes coloridas.
Naquela noite não havia lua, e se houvesse estava encoberta por grossas nuvens a se intimidar.
Nos bairros da periferia também se sentia a alegria e o piscar multicor das milhares de luzes, bem como por toda cidade, principalmente nas grandes praças aonde árvores natalinas gigantescas decoravam num mar de luzes piscantes aqueles lugares.
No centro antigo, no prédio onde outrora foi a Assembléia do Estado e hoje é o Museu do Ceará, aquele brilho mágico também entrava por frestas, pois noite era, e lá ele estava fechado.
Entre estas luzes que piscavam multicoloridas com seus raios, uma muito forte atingiu os olhos vítreos do bode Ioiô, que empalhado há décadas, passou a receber uma mágica energia a tomar-lhe o corpo inerte e como um milagre lhe passou a dar lentamente movimento.
Aos poucos Ioiô voltou à vida e passou a caminhar pelo museu, sacudindo a poeira acumulada por anos de imobilidade. De repente as portas do museu abriram-se e ele dirigiu-se para fora, transpondo a porta.
Tudo havia mudado, desde a última vez que estivera naquelas ruas. Dirigiu-se a praia de Iracema, e mais impressionado ficava ao ver os modernos arranha-céus. Sentia uma felicidade quando ouvia as ondas a quebrar na praia e lembrando-lhe de quando no passado, vezes sem conta lhe acalmava aquele som.
Os transeuntes pareciam não lhe ver, mas isso pouco lhe importava, sabia por uma estranha magia que era noite de Natal e isso o animava.
Ioiô caminhou por bairros novos que nunca havia visto, e sua alegria mais aumentava, pois o sentimento natalino lhe tocava, e seu amor e saudades pela cidade lhe faziam o coração bater mais forte. Grossas lágrimas lhe desciam do rosto.
Fortaleza estava linda no Natal, pensou, viu o ano, 2011, e percebeu que muito tempo havia passado.
Depois de tanto se deslumbrar, sua alegria não tinha tamanho. O sentimento natalino lhe fazia agradecer a força mágica que lhe permitiu este fantástico presente.
Tornou o famoso bode a caminhar alegre e curioso como sempre pelas ruas, como no passado fazia, sem perceber que a fantasiosa aventura que vivia saíra do bico de uma caneta que num papel riscara em letras um texto a trazer-lhe vida, numa crônica natalina, presenteando-lhe com um Natal que jamais esperou.
O autor foi generoso, lhe deu toda à noite para perambular como no passado fazia e agora pela nova Fortaleza, era Natal, e tudo era possível e permitido.
Assim foi o Natal mágico do bode Ioiô, que durou até o fim da noite, e quando pelas frestas das portas e janelas do museu, as luzes coloridas deixaram de entrar, lá no mesmo lugar estava o bode Ioiô, empalhado, imóvel, porém os olhos vítreos pareciam diferentes, como a agradecer aquele feliz presente, sem perceber que recebera-o de um escritor que ao dele lembrar-se resolveu oferecer-lhe este fantasioso e rico conto.



Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

ANTIGOS NATAIS

Por
Dalinha Catunda

Dezembro chega e me faz
Lembrar os velhos natais
Vividos lá no sertão
Com meus irmãos e meus pais.
Nas terras alencarinas,
Vivi festas natalinas,
Que não esqueço jamais.
*
Um peru bem gordo tinha,
Pra véspera de Natal.
Na cozinha o movimento
Era fora do normal.
A galinha recheada,
Com farofa e costurada
Era um prato especial.
*
Uma árvore de garrancho,
Enfeitada com algodão.
Uma estrela prateada
Bem feita de papelão,
Coberta com purpurina
Na árvore nordestina
Enfeitava a ocasião.
*
O sapatinho me lembro
Não poderia faltar.
Debaixo de minha rede
Nunca deixei de botar,
Confesso que achava belo
O presentinho singelo
Que não deixei de ganhar.
*
E melhor do que os presentes
Era a nossa animação,
Porque na simplicidade
Que reinava no sertão,
Só em receber presente
A criançada contente
Mostrava satisfação.
*
Pros meninos caminhão,
Feito de lata e madeira.
Um pião feito de pau
Tudo comprado na feira.
E a bonequinha de pano
As meninas todo ano,
Ganhavam pra brincadeira.
*
Contudo o que mais recordo,
Daqueles natais que eu tinha
Era o presépio montado,
Que se chamava lapinha.
Ver o Jesus com seus pais
Cercado por animais,
Encantava esta Dalinha.
.
Maria de Lourdes Aragão Catunda, nascida em Ipueiras-Ceará, é conhecida nos meios literários como Dalinha Catunda, é poetisa, cordelista e cronista, sendo membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Também tem blog próprio - cantinhodadalinha.blogspot.com.

NATAL E A ESPERANÇA

Por José Costa Matos da Academia Cearense de Letras (In memoriam)
Fortaleza -CE

Naquela mesma velha noite amiga, noite cristã, berço do Nazareno, um homem busca repetir, no soneto de Machado de Assis, a beleza espiritual que todos buscamos repetir agora. Sobra-lhe confusão na pergunta:Mudaria o Natal, ou mudei eu?
Porque estamos sem saber o que é Natal e o que somos, na passagem do aniversário do filho de Maria de Nazaré.
A propaganda consumista impõe enganos desse entendimento: arquiteta presépios, arruma jogos de luzes para o deslumbramento dos compradores.
Mas desestimula as perguntas sobre os extravios humanos, em tantas encruzilhadas mal sinalizadas.
Os magos procuraram rumo nas estrelas para o encontro do Natal. Trouxeram ouro, incenso e mirra para o Menino, nascido na manjedoura porque os pais não conseguiram lugar nas hospedarias de Belém. E nós não precisamos de rumos?
Uma busca orientada exige que pensemos.
E tudo nos induz a não pensar. Consumismo é isto.A ilusão de evitar a angústia é afundar no aturdimento. Para isso, as prateleiras das lojas estão repletas de uísques e champanhe vencedores das barreiras alfandegárias. Porque vêm do trabalho distante de outros povos, dão prestígios aos bebedores, além dos desejados desmontes da reflexão. E dirão: Jesus Cristo gostava também de festas, também bebia o seu vinho...
Sim. Ele assumiu a natureza humana, exceto o pecado. Participava de festas. Aceitou o banquete oferecido por Zaqueu, o cobrador de impostos. Agradeceu as comidas especiais que lhe preparavam em amizade as irmãs Marta e Maria de Betânia. No entanto, não deixava de ir ao deserto, para as meditações que resgatam a verdade humana, em dias como estes, quando se adensa fumaceiro dos noticiários e há o risco de que as esperanças também anoiteçam.
Ele não ficou insensível aos dramas dos pobres. As multidões o seguiam, sem comer por três dias. E lá estão, nos Evangelhos de Mateus e de Marcos, estas palavras da segunda multiplicação dos pães: Eu tenho pena dessa gente. E ordenou que se multiplicassem os sete pães e alguns peixinhos. Comeram quatro mil, sem contar as mulheres e as crianças...
Mudaria o Natal, ou mudei eu?
As filosofias dos últimos séculos mudaram a humanidade. Centraram as formas de vida na substituição de Deus por muitos deuses. E hoje são deuses a conta bancária; o apartamento de cobertura; o automóvel de luxo; o computador que desemprega operários; o prestígio da imagem na televisão...
O esquecimento de Deus amesquinhou o significado do Natal. O vazio de Deus nas almas se povoou de medos. Medos, muitos pavores. Séculos antes de Cristo, Isaías falava dos direitos humanos à alegria, com o futuro nascimento do Nazareno. Um retorno à leitura do Profeta do Advento renova o entendimento do Natal como festa do espírito. Porque o Natal vivido apenas com uísque e champanhe e presentes não orienta a viagem da raça humana no tempo.
Mas é possível mudar a direção da mídia.
Mudar o pensamento criativo. Mudar a luz negra pavorosamente fixa nas imaginações. Leão Magno, papa de 440 a 461, falou da teofania de Jesus Cristo:
Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida, uma vida que destrói o temor da morte.
Natal, cristãos. Aleluia.

José Costa Matos, ipueirense, poeta, escritor, expoente da literatura cearense escreveu esta crônica bem antes de seu falecimento. O filho Carlito Matos nos enviou hoje. Um verdadeiro presente de Natal!

21.12.11

PAPAI NOEL IMAGINÁRIO


PAPAI NOEL IMAGINÁRIO
Gonçalo Felipe

Deitado fiquei pensando
Nas crianças aqui do mato
Que nunca viram de fato
O Papai Noel, chegando
Meus olhos foram fechando
Dormindo,meio acordado
Em sonho meio desvairado
Saí assim "viajando"

Vi Papai Noel chegando
Aqui no meio da fazenda
Tinha pra cada, uma prenda.
Com uma mão acenava
Com a outra segurava
Um saco bem conhecido
Era chamado de querido
E as crianças ele beijava.

De Nova Russas eu saí
Passando por Ipueiras
Na fazenda Cajazeiras
Lugar onde eu vivi
Em lá chegando eu vi
O Papai Noel, descendo
De longe estava o vendo
Quando ele adentrava ali.

Distribuindo presentes
Para toda criançada
No meio da meninada
Que pulavam de contentes
Eram cenas comoventes
E eu só observando
Papai Noel, ali andando
Sorrindo, Com os inocentes.

Passei por Guaraciaba
Me vi lá em Baixa Fria
Notei com muita alegria
Que as crianças sorriam
Elas pulavam e corriam
Com Papai Noel ao lado
Uma vez que no passado
Coisas assim elas não viam

Deixando o bom velhinho
Com gestos dóceis e nobres
No meio de crianças pobres
Fazia em todas uns carinhos
As crianças em borborinhos
Eram uma alegria só
E para o meu Cafundó
Eu fui seguindo os caminhos

É certo que por onde andei
Papai Noel lá estava
Com as crianças cantava
Noite Feliz e de Luz
Sempre falando em Jesus,
No Nascimento Divino.
O Verbo se fez Deus menino
E cumpriu a Missão na Cruz.

O vento bateu mais forte
Tirou do torno o chapéu
Como se fosse um troféu
No meu rosto ele caiu
Alguém para mim sorriu
Dizendo: "estava sonhando?
Fiquei o observando,
Desde da hora em que dormiu"

Fiquei mais alguns minutos
"Andando" em meus devaneios
Se "o fim justifica os
meios"
Tá justificado o fim
Foi um sonho, mas, enfim!
Vi Papai Noel chegando
No Horizonte eu olhando
Me pego cantando assim:

"Eu pensei que todo mundo
fosse filho de Papai Noel"...
20 / 12 / 2011

.
Gonçalo Felipe é o poeta de Nova Russas que colabora com o blog "Suaveolens" mediante seus poemas bem atualizados e sensíveis sobre nossa civilização, nossas vidas e nossos sentimentos.

11.12.11

A Inauguração do Arco de Fátima em Ipueiras

Por
Bérgson Frota

O ano de 1954 marcou de forma triunfal a história religiosa de Ipueiras, foi a inauguração do Arco de Fátima.
O prefeito era Sebastião Gomes de Matos, e em decorrência de no ano anterior ter a cidade recebido a peregrinação do ícone lusitano, resolveu-se junto com a paróquia e o povo no mesmo ano (1953), começar a construção de um grande arco de alvenaria em memória da santa
visita.
Tendo este belíssimo monumento mariano a construção e desenho sido realizados pelo engenheiro-prático Pedro Frutuoso, pondo na obra características diferentes de outros arcos já conhecidos no Brasil.
Segundo consta, a fim de fortalecer a estrutura e fazê-la durar mais, o engenheiro copiou nas linhas das coluna e fechamento interno do monumento, detalhes do Arco de Tito, ainda em pé em Roma, mesmo tendo sido construído em 81 d.C., pelo imperador Tito Flávio.
Voltando ao arco de Ipueiras é de se lamentar que até hoje este monumento ainda não foi tombado pela atual administração municipal.
Erguido há 57 anos, sem tal proteção, corre o risco de sofrer nas suas características originais, alterações que poderão futuramente desvirtuá-lo dos detalhes que tanto o enriquecem como o embelezam.
Na rara foto de inauguração em março de 1954 podem se ver as adolescentes e hoje avós, bem como identificá-las :
No centro : Eliza Maria Mello Mourão (rainha)
Na direita : Miraugusta Campos Farias (princesa), Maria Aglaê Bonfim Medeiros (dama), Cristina Alves de Souza (dama), Ruth Moreira Frota (dama).
Na esquerda : Solange Rosa de Sousa (princesa), Adelaíde Marques Cavalcante (dama), Ivone Holanda (dama), Nazaré Belém Lima (dama).
Preservar tal monumento é reverenciar não só a história da cidade como respeitar os esforços dos que nos antecederam, e com isso enriquecer cada vez mais o patrimônio artístico do município.
*
Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.