Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

17.8.10

DR. DRÁUZIO VARELLA E DR. MATOS


Por
Jean Kleber Mattos
(Gestor do blog)
Dois anos passados demos a seguinte triste notícia em nosso blog:

Faleceu na manhã desta segunda-feira, 22 de dezembro de 2008, em Fortaleza, aos 84 anos, o professor Francisco José de Abreu Matos, criador do Projeto Farmácias Vivas e idealizador do Laboratório de Produtos Naturais da Universidade Federal do Ceará.

Referência no estudo de plantas medicinais, Abreu Matos era professor emérito da UFC desde 1983, mesmo ano de criação do Projeto Farmácias Vivas, que teve como base o Horto de Plantas Medicinais da UFC, agregado ao Laboratório de Produtos Naturais. Matos era catedrático das disciplinas de Farmacognosia e Química Orgânica. Foi pesquisador na área de Fitoterapia, tendo já recebido homenagens dentro e fora da academia, no Brasil e no Exterior. Autor de cinco livros, que resultaram em 13 edições e reedições. Um deles, o clássico “Farmácias Vivas”.

HOJE, RECEBO E-MAIL DE UM COLEGA CONTENDO ENTREVISTA DO MÉDICO DRAUZIO VARELLA ONDE ATACA DE MANEIRA DESELEGANTE E INJUSTA, O PROJETO FARMÁCIAS VIVAS QUE FOI ADOTADO PELO GOVERNO BRASILEIRO.
IMPORTANTE NOTAR QUE O DR. MATOS, IDEALIZADOR DO PROJETO, SEMPRE DEFINIU QUE AS FARMÁCIAS VIVAS TRABALHARIAM SOMENTE COM PLANTAS VALIDADAS E VÁRIOS LABORATÓRIOS DE PESQUISA DO BRASIL JA VÊM FAZENDO ISSO HÁ UM BOM TEMPO.
ABAIXO, TRECHO DA ENTREVISTA ONDE MARQUEI A RESPOSTA A DUAS PERGUNTAS DA REVISTA ÉPOCA, DEPOIS QUE O MÉDICO DISSE QUE FARIA ALGO COMO UMA SÉRIE DE MATÉRIAS SOBRE FITOTERAPIA

ÉPOCA – O que você pretende mostrar com essa série?
Drauzio – Nosso objetivo é mostrar que esses fitoterápicos têm de ser estudados. Têm de ser submetidos ao mesmo escrutínio ao qual os remédios comuns são submetidos. Essas coisas são jogadas para o público sem passar por estudo nenhum. Hoje vemos órgãos públicos distribuindo esses chás e fazendo o que chamam de Farmácias Vivas. Estivemos em várias delas. Em Belém, Imperatriz (no Maranhão) e em Goiânia. Essas Farmácias Vivas não são nada mais do que hortas. As plantas são cultivadas ali e distribuídas para a população sem o menor critério. Muitas vezes são indicadas por pessoas que não entendem nada de medicina. Outras vezes, são prescritas por médicos. Quem não prefere tomar um chá desses em vez de um comprimido ou injeção? Essas Farmácias Vivas estão no país inteiro. São estimuladas pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias estaduais.

ÉPOCA – Os riscos e os benefícios dessas oito plantas eleitas pelo Ministério da Saúde não foram suficientemente determinados?
Drauzio – Eles dizem que os riscos e os benefícios foram avaliados pelo uso tradicional. É para dar risada. A Anvisa dá uma relação dessas plantas e coloca qual é a alegação terapêutica. Apresentar a alegação terapêutica significa afirmar o seguinte “dizem que serve para tal coisa, mas ninguém comprovou”. É uma situação muito séria. Primeiro porque ninguém sabe de que forma essas plantas podem interagir com os remédios que a pessoa está tomando. Ninguém sabe o que pode acontecer. Outro problema grave é que as pessoas abandonam o tratamento convencional e ficam apenas com as ervas.

ÉPOCA – O Ministério da Saúde errou ao adotar essa política?
Drauzio – Essa medida está totalmente errada. Isso não deveria ter sido feito de jeito nenhum. O que está por trás disso é uma questão política. Imagine se eu fosse o prefeito de uma pequena cidade do interior. Quanto custa um posto de saúde, médico, enfermagem, paramédicos etc? Custa caro. É muito mais barato fazer uma horta e mandar o médico receitar aquilo. E ainda inaugura o negócio com o nome de Farmácia Viva. Imagine só que nome mais inadequado. Fazer uma coisa dessa não custa quase nada. E os políticos adoram inaugurar essas hortas. Há centenas delas no Brasil.

O MÉDICO FORÇOU A BARRA NA ENTREVISTA. MUITOS PESQUISADORES E A ANVISA VÊM TRABALHANDO SERIAMENTE NESTA MATÉRIA. DR. DRÁUZIO É UM MÉDICO FAMOSO, ALTAMENTE PRESTIGIADO PELA GRANDE MÍDIA. NÃO PRECISAVA DESCER TANTO. ELE NÃO PRECISA DESTE TIPO DE NOTORIEDADE QUE FERE A ÉTICA. SEQUER SEI SE ELE CONHECEU DR. MATOS E O TRABALHO DO ABNEGADO PESQUISADOR FARMACÊUTICO. TALVEZ SEQUER INTERESSE...
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Na foto, Dr. Francisco José de Abreu Matos. Fiz questão de uma foto tipo "olho no olho", como se ele estivesse encarando o médico global.

2 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Parabéns Professor Jean Kleber.Nós, discípulos do Emérito Dr. Matos, temos a grande e abnegada missão de repassar aos "ditos entendendores" do assunto que não é de hoje,nem de ontem, que pesquisadores brasileiros como "Ele" nos ensinaram a fazer da planta validada instrumento de atenção à saúde de milhares de brasileiros.

Saudações,

Nilton Netto
Coordenador Farmácias Vivas da SES-DF

17.8.10  
Blogger Douglas Carrara disse...

Prezado Prof. Jean Kleber,

Realmente é uma covardia o que estão fazendo com o Dr. Matos e o Farmácias Vivas. Não consigo entender de forma clara o que está acontecendo e o que está por trás desse ataque rasteiro e vil. Custa-me aceitar que seja apenas ignorância do Dráuzio e da Globo. Covardia e falta de informação também com relação à Universidade brasileira que estuda e promove seminários desde 1967 sobre plantas medicinais no Brasil. Que existem dificuldades todos nós sabemos. Mas não é com ataques grosseiros desse tipo que vai ajudar o país avançar mais e se tornar autônomo no setor. Temos que nos mobilizar porque com certeza algo muito grave está para acontecer.

um cordial abraço

Prof. Douglas Carrara

20.8.10  

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