Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

24.10.09

NO SERTÃO UM CANTO (1)













Por
Gonçalo Felipe
(poeta de Nova Russas)

O meu nome é Expedito Catunda de Pinho
E o nome de quem será sempre minha deusa
Sempre foi e será o de minha Maria Neusa
minha esposa e companheira, que no caminho
Desta vida, deu-me amor e deu-me carinho
E ainda deu-me mais: os nossos oito filhos
Que os criamos vencendo os empecilhos
E que hoje cada um segue o seu rumo
Com a vontade de Deus eu me acostumo
Vendo eles seguindo em outros trilhos

Francisco Eduardo Aragão Catunda
Ou por outra, simplesmente Eduardo
Tem três filhos que também no peito guardo
Aonde o amor de pai também inunda
Amor este que só brota e não afunda
Em recompensa dele eu ganhei três netos
Deus permitiu que eu tenha até bisnetos
Com todos eles a minha alegria é dividida
Deus permita que cada um em sua vida
Só pratiquem boas ações e atos corretos

José Cesar Aragão Catunda.
Cesar, Deus o levou prá perto Dele
Foram quatro os filhos que ele
Deixou para ser seu seguimento
Deus ajude-os e em nenhum momento
Eles façam o que Ele não determina
Pois na vida tem ato que não combina
Com aquele que à ele se rende
Sábio mesmo é quem aprende
As lições que a vida ensina

Rosina Maria Aragão Soares
Rosina, tem três filhos, três amores
Três bálsamos que aliviam dores
Hoje estão cada um em seus lugares
Eu não vejo motivos prá pesares
Só me vem alegria e não tristeza
No dia em que partir levo a certeza
Que por Deus eu fui bem recompensado
De todos eu consegui de bom agrado
O carinho, o amor e a gentileza

Maria de Lourdes Aragão Catunda
Dalinha, como é mais conhecida
Os dois filhos que são tudo em sua vida
Como ela e os irmãos o são na minha
Hoje relembro o tempo que eu tinha
De cada um a presença toda hora
A saudade é quem está presente agora
De certa forma me falta algum carinho
Tem momentos que eu fico tão sozinho
mas eu sei que a Neusinha não demora

Sônia Maria Aragão Catunda
Déia como sempre assim chamada
Com dois filhos segue a caminhada
No caminho da moral e do respeito
Também ela tem morada em meu peito
Bem como, tem os outros irmãos seus
A todos peço que segurem a mão de Deus
Quando eu estiver em outra moradia
Estarei os olhando todo dia
Lembrem disso oh queridos filhos meus

Expedito Aragão Catunda
Dito, como assim o povo o chama
com os dois filhos que ele tanto ama
Pelo nome faz o meu ficar lembrado
Do seu peito o meu sangue é bombeado
Meu vigor foi para ele transferido
Como os outros ele também é querido
Que Deus tenha cada um em suas mãos
Ele se alegra com amor entre os irmãos
E assim sendo o nosso Deus será servido

Antônio Aragão Catunda
Tony, com um filho que adora
Faz com ele aquilo que fiz outrora
É o ciclo da vida se cumprindo
Um cenário que até parece lindo
E é aí que a mão de Deus atua
Saindo o pai, seu filho continua
E o caminho da vida nunca é findo

Manoel Aragão Catunda
Nelito, quatro filhos Deus lhe deu
Findei a conta de mais um filho meu
Nesta vida que me deixa o corpo bambo
A ladeira que agora já descambo
No prosseguimento da viagem
Nas dores o Senhor faz a massagem
Me da forças no apoio da bengala
Eis ai o meu canto que não cala
Assim fiz do canto uma mensagem
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NOTA DO BLOG: esta é uma homenagem do SUAVEOLENS à família de nossa poetisa DALINHA CATUNDA mediante os versos do poeta novarussense Gonçalo Felipe
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Gonçalo Felipe é o poeta de Nova Russas que nos brinda com poesias sobre nós, sobre Ipueiras, sobre nosso pé de serra, enfim sobre a vida de todos nós. Apresentado que foi pelo ipueirense Francisco Costa, integrou-se rapidamente à equipe do Suaveolens com sua capacidade de fazer amigos.

16.10.09

A GRAVATA E O PROFESSOR

NOTA DO AUTOR: Amiga(o)s, No próximo dia 20, às 15 horas, deverei, com ilustre plêiade de colegas do Ceará, estar recebendo medalha alusiva ao Dia do Professor, pela Assembléia Legislativa do Ceará, por proposta do deputado ex-reitor da UVA, Teodoro Soares. O dia e caminhada do professor evocam-me, desde o início dos anos 2000, o artigo que escrevi em 17.10. 2001 abaixo. Que todos – os que são professores – tenham um feliz “Dia do Professor” ***
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A GRAVATA E O PROFESSOR
Por
Marcondes Rosa de Sousa
O Povo – 17.10.2001 “
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"Dia do professor. Recebi de presente uma gravata. Tenho vontade de me enforcar com ela”. É mensagem que, de professor universitário, recebo por via eletrônica. Com ela, artigos vários. Todos sob o tom do “não há o que se comemorar”. O dia inteiro, como outro qualquer. Salvo as escolas fechadas.

Um só telefonema a destoar: Parabéns, hoje é nosso dia – rejubila-se uma colega. Por instantes, fico a pensar na farisaica convivência, em nossa sociedade entre retórica e realidade, quando o tema é o professor.

Ator importante, nesta “era do conhecimento”. Afinal, a economia (todo repetem) não mais se gera na fazenda, na indústria ou nos bancos, mas na escola. E a inclusão social não se opera a não ser pela escolaridade, única via para a distribuição da renda.

Essa retórica, contudo, não chegou à contabilidade, que não tem formas de escriturar a “propriedade intelectual”. Enquante isso, os professores, nas filas dos crediários e dos bancos, continuam a amargar mil vergonhas.

Róseos tempos já tivemos. Foi quando a música popular e a literatura decantavam a normalista. Ou quando os professores do velho Liceu do Ceará ostentavam vencimentos iguais a nossos desembargadores.

Uma repórter me desperta dos sonhos nostálgicos. Ela quer invadir-me a intimidade dos contracheques. Em pauta, os ditos “supersalários” da Universidade Federal do Ceará (UFC), requentados sob piada de revista nacional.

Em casa, à noite, ouço com orgulho o filho Leonardo, com sua Banda Matutaia, após apresentação no “Ceará Music”, construindo castelos da fama por vir, na contramão da via do pai.

Ante o espelho, vejo-me ao peito não medalhas nem gravatas. Apenas cicatrizes de um peito dilacerado. Marcas em mim deixadas pela vida. Sinais de marcas outras que deixei nos alunos. No peito, decerto, a honra e o respeito. E isso me basta.

Tal qual César, ouso afirmar: “Vim, vi, venci”.
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Figura: site da Associação Catarinense de Ensino - Faculdade Guilherme Guimbala
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Marcondes Rosa de Sousa, advogado, é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (UECe). É uma das maiores autoridades em educação do Brasil. Ex-presidente do Conselho de Educação do Ceará e do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, é Colunista do jornal " O Povo ", onde mantém seus artigos quinzenais.

11.10.09

HÁ UM RIO EM MIM (!?)

De
Ângela Rodrigues Gurgel

Quem olha este rio sereno
Não pode imaginar
As enormes cachoeiras
Em que ele pode se transformar

Vendo essas águas límpidas, azuis,
Não sabe dos lamaçais, das águas barrentas
Que arranca árvores, provoca enxurradas.

Quem olha essas águas silenciosas
Desconhece o barulho de suas quedas
E as muitas tragédias que ele um dia carregou.

Por trás do rio tranquilo, há uma cascata
Sempre pronta a desaguar, jogar cacos no ar
E uma nova correnteza criar.
.
O rio, por mais tranquilo que seja,
Sempre esconde mistérios
É preciso cuidado ao mergulhar...
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Foto: rio Caí, no Rio Grande do Sul
site fatonovo.com.br/img/passeio_rio.jpg
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Ângela M. Rodrigues de Oliveira P. Gurgel, poetisa, nasceu em Mossoró-RN, tendo vivido em outras cidades do Rio Grande do Norte (Almino Afonso, Caraúbas, Caicó e Natal) e do Pará (Tucuruí e Marabá). Atualmente mora em Mossoró-RN. É formada em Ciências Sociais e Filosofia na UERN (Universidade do Estado do RN). Já exerceu o cargo de Secretária de Educação em Caráubas, onde também foi Diretora de uma escola de Ensino Médio. Autora do livro Ensaio Poético. Coleção Mossoroense. Fundação Vingt-un Rosado. Série C vol. 1561. Abril de 2009