Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

1.11.08

OS PARQUES DO INTERIOR

Por
Bérgson Frota


Quem a infância passou em alguma das inúmeras cidades do interior, e não desfrutou uma só vez sequer da alegria de um parque de diversões ?

Nas épocas certas de festas e local, silenciava, fazendo assim com que as músicas da cidade, fossem as de lá escolhidas e tocadas.

Na fantasia artificial que criavam, um tipo novo de relacionamento se dava entre os que passavam a freqüentar comemorações, em Ipueiras, sempre em terrenos baldios, havia um parque. E enquanto este na cidade permanecia, a Vale do Jatobá, amplificadora assiduamente o parque. Era neste ambiente que muitos se conheciam e de amizade criavam laços mais profundos.

Nos intervalos, se costumava ao anunciar a música seguinte, dizer o locutor que : “um tímido rapaz oferecia à moça de laços vermelhos nos cabelos e olhos cativantes por estar ele muito apaixonado”.

Ficavam os ouvintes no suspense, como a esperar o segredo do anônimo a revelar-se, mas nada.

Assim era mantido o mistério e só “ela”, a de laços vermelhos e olhos cativantes, não uma, mas várias, sonhavam ter sido para elas a música dedicada.

Seus freqüentadores também de outras cidades próximas e distritos, para lá se dirigiam e passavam a fazer da cidade e sede do município quando não moradia permanente centro de visitações constantes.

Naquela época os parques já traziam muitas novidades, seja de novos aparelhos como também uma rica iluminação que quase parecia criar uma cidade dentro da mesma onde se instalavam.

Assim, com inovações e modernas atrações, os parques contribuíam de forma indireta no crescimento populacional das cidades interioranas pelo rico e alegre ambiente transitório que criavam.

Diversões e inovações que em pleno século XXI continuam a existir, na eterna vida itinerante, em cada cidade, por curtos períodos. Aproveitando férias e festas, mas quando não, vale o período normal, onde os dias calmos da semana ganham na noite o brilho e a alegria por eles sempre trazidos.

Resistem ao tempo rodas-gigantes, balançadores, carrosséis e canoas, e o fazem como se a preencher nossa imaginação, lembrando nós agora adultos, de quando criança fomos.

(Foto : BXK13401_dsc03192800.jpg)

Bérgson Frota, escritor, contista e cronista, é formado em Direito (UNIFOR), Filosofia-Licenciatura (UECE) e Especialista em Metodologia do Ensino Médio e Fundamental (UVA), tem colaborado com os jornais O Povo e Diário do Nordeste, desenvolvendo um trabalho por ele descrito de resgate da memória cultural e produzindo artigos de relevância atual.

5 Comentários:

Blogger Jean Kleber disse...

O cronista Bérgson Frota sempre escolhe temas de grande apelo existencial. Parques, circos, pássaros, paradas e desfiles encheram nossos olhos quando crianças. A gente revive todas aquelas emoções lendo as crônicas deste autor que prioriza a vida pacata de Ipueiras como linha de trabalho, muito embora também escreva sobre outros temas apelos. Parabéns por este excelente texto.

1.11.08  
Anonymous Anônimo disse...

Professor este é um belíssimo trabalho de reconstrução de nosso passado, a rádio do parque a passar mensagens, o parque a funcionar com os maravilhosos barulhos. Deus que saudades, obrigado por fazer a todos nós ipueirenses a recordar com sua narrativa que parece dizer o que a alma sente a respeito daqueles parques que nos marcaram. Parabéns.

1.11.08  
Anonymous Anônimo disse...

Gostei do trabalho amigo, os parques traziam alegria e deixavam saudade. Bom lembrar daqueles felizes tempos. Parabéns.

2.11.08  
Blogger Dalinha Catunda disse...

Sem sombra de dúvidas foram as temporadas de parques momentos inesqueciveis, para quem viveu no interior. Girar em volta dos brinquedos, ficar encandeada com tantas luzes, andar no carrocel até passar mal, o repetório diferente de músicas inéditas, as barracas com guloseimas e hoje, a saudades dos bons tempos.
Valeu Bérgson, por relembrar os velhos parques.

2.11.08  
Anonymous Anônimo disse...

Valeu, texto doçura, amei Bérgson.

3.11.08  

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