Suaveolens

Este blog foi criado por um cearense apaixonado por plantas medicinais e por sua terra natal. O título Suaveolens é uma homenagem a Hyptis suaveolens uma planta medicinal e cheirosa chamada Bamburral no Ceará, e Hortelã do Mato em Brasília. Consultora Técnica: VANESSA DA SILVA MATTOS

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Local: Brasília, Distrito Federal, Brazil

Cearense, nascido em Fortaleza, no Ceará. Criado em Ipueiras, no mesmo estado até os oito anos. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco, na Universidade Rural. Obteve o título de Mestre em Microbiologia dos Solos pelo Instituto de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco. Também obteve o Mestrado e o Doutorado em Fitopatologia pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisador colaborador da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

30.8.07

CIDADE MARAVILHOSA

Por
Dalinha Catunda

Cidade Maravilhosa
Mágica em sua beleza,
Geograficamente bela
Esplendor da natureza
Abrigo dos encantados
Que fitam embasbacados
Sua infinita riqueza.

Musa de tanto poetas,
Que cantam em seu louvor
Não deixe que a violência,
Apague seu esplendor.
Não quero ver lacrimados,
Olhos desencantados,
Vitimados pela dor.

Ó meu São Sebastião.
Mártir Santo padroeiro
interceda junto a Deus
Pelo Rio de Janeiro,
Traga para essa cidade,
Muita paz e felicidade,
E se puder, bem ligeiro.

Essa cidade sempre foi,
Acolhedora e maravilhosa,
Mesmo não sendo sua filha,
Dela me sinto orgulhosa,
Pois me abrigou em seu seio,
Realizou meus anseios,
E me fez vitoriosa.
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Foto da Cidade Maravilhosa:
www.redbullairrace.com/.../aboutthegame/rio.jpg
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – POETISA, ESCRITORA E CORDELISTA. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio:

29.8.07

DO BARRO DO CHÃO

Por
Marcondes Rosa de Sousa

"Cansei". Esses, os "braços cruzados" de crítica a se alastrar pelo país a nossos políticos, no piquenique de seus pessoais interesses, sob a sombra dos pés de murici. Partidos, a se repensar.

E, com tal intuito, convite para a abertura de vias novas à "social-democracia brasileira". Volto a 1984, a ouvir, retornado ao País, Celso Furtado , a nos falar de sustentável desenvolvimento para o Nordeste e o País, a unir toda uma geração num "projeto de mudanças", passos da social democracia brasileira, aqui a nascer "do barro do chão".

Novo século e milênio! Lembro-me do embaixador Jadiel de Oliveira, na Fiec, a nos falar do "socialismo do Séc. XXI", a brotar no oriente, onde, pragmáticos, os direitos sociais precediam os políticos. Modelo para o Brasil, possível se a partir do Ceará, "onde o sol libertário sempre nasce mais cedo"...

O Brasil vive agora o fugaz pregão das bolsas - a do mercado e a do bolsa-família, desatento à história e amanhã seus. Em nossa democracia, julgamos, críticos, nossa política, o bode-expiatório de nosso fracasso histórico.

Tempo de mudar tal quadro. Ver a democracia como o multicultural diálogo de uma sociedade em seus direitos, sob a feição do verbo pelos intelectuais, a ação pelos gestores e o tato pelos políticos.Oásis, o sugestivo nome do hotel onde transporemos a aridez de nosso deserto político, neste 27 de agosto.

A calhar, se, de volta, trouxermos o otimismo de Celso Furtado , em sua cinebiografia "O longo amanhecer", por entre os ciclos políticos e a dialética de riquezas e limitações, rumo ao sustentável desenvolvimento, a se embasar no trabalho.

E a humildade que, a nós, então "nova geração", nos deixava ele em 1984: "que ela aprenda, com nossos erros, a restabelecer a fé no futuro deste País, que, aparentemente, se desgastou muito".
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Texto publicado originalmente no jornal O Povo ("Opinião"), de Fortaleza-CE, em 20/08/2007 .
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Marcondes Rosa de Sousa, advogado, é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (UECe). É uma das maiores autoridades em educação do Brasil. Ex-presidente do Conselho de Educação do Ceará e do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, é Colunista do jornal " O Povo ", onde mantém seus artigos quinzenais.

26.8.07

A QUEM ME FERIU

Por
Ângela R. Gurgel

A quem me feriu
A quem de minha dor sorriu,
A quem me fez sofrer
Ofereço o meu perdão....
Aos que ficaram comigo
Ofereceram o ombro amigo
E amenizaram meu sofrer
Ofereço minha gratidão...
A quem acreditou em mim
Não me deixou desistir
Mostrou outros caminhos a seguir
Ofereço minha amizade...
Aos que me disseram não é assim
Você é forte e vai vencer
E me reanimou a viver
Ofereço a minha lealdade...
Aos amigos de longe ou perto
Que estiveram comigo
Oferecendo carinho e abrigo
Ofereço meu sorriso certo...
Aos que quiseram me derrubar
Ofereço minha vitória
Aos que fizeram meu coração sangrar
Destruindo minha história
Ofereço minha vontade indomável
De renascer sempre mais forte e amável.
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Figura do par: www.olharvital.ufrj.br/2006/index.php?id_edic...
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Ângela M. Rodrigues de Oliveira P. Gurgel, poetisa, nasceu em Mossoró-RN, tendo vivido em outras cidades do Rio Grande do Norte (Almino Afonso, Caraúbas, Caicó e Natal) e do Pará (Tucuruí e Marabá). Atualmente mora em Mossoró-RN. Graduada em Ciências Sociais, cursa atualmente Filosofia na UERN (Universidade do Estado do RN) e Direito na UnP (Universidade Potiguar). Já exerceu o cargo de Secretária de Educação em Caráubas, onde também foi Diretora de uma escola de Ensino Médio.

23.8.07

JOSÉ COSTA MATOS, POETA E ESCRITOR

JOSÉ COSTA MATOS, POETA E ESCRITOR
Por
Jean Kleber Mattos


Na qualidade de gestor do blog Suaveolens, intentei homenagear os heróis de minha infância e o primeiro destaque seria o meu padrinho de crisma, o poeta e escritor ipueirense José Costa Matos.

Não sendo eu um intelectual, não me senti apto a compor um texto que faça justiça a um poeta e escritor da estatura de Costa Matos, membro da Academia Cearense de Letras. Propus-me portanto a citar alguns recentes depoimentos sobre ele, vários dos quais encontram-se em modestas crônicas de minha autoria, publicadas nos blogs relacionados a Ipueiras. Fiz buscas na mídia, obviamente para evitar que minha abordagem resultasse demasiado doméstica. Desta forma, seguem-se as citações abaixo:

Na crônica “Ipueiras de Fé”, publicada no blog http://primeiracoluna.blogspot.com/ no dia 15.08.2006, escrevi:
“O primeiro casamento religioso que eu vi, foi em Ipueiras. Final dos anos quarenta, século vinte. Foi o casamento de meu padrinho de crisma, José Costa Matos com a ipueirense Alderi Moreira. Quando se é criança vê-se tudo maior. Daí, foi a cerimônia mais grandiosa que testemunhei nesta vida. Bonita e poderosa. Paramentos de gala com as cores do Vaticano. Fios d’ouro à vontade. Padre Francisco Correia Lima, o vigário, oficiou.”

Na crônica o “O Jipe Voador”, no mesmo blog, no dia 15.02.2007, relatei:
“Oito anos após o êxodo para Fortaleza, voltei a Ipueiras. Estava com dezesseis anos.Viajei de trem com minha mãe, Mundita Matos e a prima dela, Carlinda. Curta permanência. Apenas alguns dias. Hospedamo-nos na casa de meu padrinho, Costa Matos. Lá, fui apresentado a um sobrinho da Alderí também adolescente e hóspede em férias. Bom companheiro. Em moda na TV da época, os espetáculos marciais: “Tele Catch”. À tarde, para diversão das crianças, Lalú e Carlito, filhos do Costa Matos, simulávamos uma luta de boxe como na TV. Encarapitados nos berços e redes, os meninos divertiam-se com o “show”. Volta e meia um golpe mais duro escapava. Pedidos de desculpas. Não lembro hoje o real nome do colega, pois Costa Matos, exímio em colocar apelidos, o chamava de “Galante”. Uma óbvia referência ao perfil de paquerador, com capricho no vestir e pentear que lhe compunham a figura”.

No blog de Ipueiras, http://www.grupos.com.br/blog/ipueiras, na crônica “A Volta da Viagem”, de 07.08.2006, escrevo: ”Lembro-me, em 1954, de Costa Matos, a esposa Alderi, e os filhos Carlito e Lalú ainda muito crianças, passando dias lá em casa” (aí, uma referência ao reencontro de ipueirenses em Fortaleza após o êxodo).

No mesmo blog e na crônica “O Vocabulário do Rio Jatobá” de 03.06.2006:
”Um dia o rio Jatobá transbordou. A cheia do rio. A correnteza. Flocos de espuma. Pouquíssimos, pois ainda não conjugávamos o verbo poluir. Meu padrinho de crisma, José Costa Matos, levou-me para ver. Minha mãe nos acompanhava. O padrinho José foi o herói do dia. Entusiasmado com o espetáculo das águas, lançou-se ao rio enfrentando a correnteza. Nadou nas águas perigosas. Parecia um peixe. Um dia inesquecível para mim. O nadador seria em futuro próximo o famoso Costa Matos, poeta e escritor reverenciado no meio literário cearense. Se bem me lembro, naquela época ele acabara de lançar seu primeiro livro de poesias, “Pirilampos”.

Mais recentemente, em janeiro de 2007, publiquei “A Viagem de Nossas Vidas”, também no blog de Ipueiras, onde relato: “À noite foi o jantar no apartamento do Carlito Matos, meu primo, na companhia de Costa Matos, a esposa Aldery e mais os netos e a nora. Reviramos saudades, como diria Walmir Rosa. Vimos um “show” exclusivo e doméstico do Carlito, grande compositor e intérprete, misto de engenheiro de pesca, compositor, músico e humorista. Impagável! Bebemos à sabedoria de Costa Matos, que presenteou-me com quatro obras literárias premiadas de sua autoria: “Na Trilha dos Matuiús”, “Estações de Sonetos”, “O Rio Subterrâneo”, “O Povoamento da Solidão”, alem de seu Discurso de Posse como membro da Academia Cearense de Letras. “

O ipueirense Luiz Alpiano Viana assim inicia sua crônica “Memoráveis Lembranças e Doces Recordações”, publicada no blog http://suaveolens.blogspot.com/ em maio de 2007:
"Eu devia ter escrito, eu devia ter pensado, eu devia não dizer nada ..." Foram essas as palavras usadas inicialmente por Costa Matos, no discurso de inauguração da Praça Sebastião Matos, seu genitor, em frente ao Colégio Estadual Otacílio Mota. Era noite e ainda me lembro como se fosse hoje.

A praça estava completamente tomada pelo público para ouvir o discurso de um dos mais ilustres ipueirenses. Culto, inteligente e admirado por todos, Costa Matos é sinônimo de cultura e referência para seu povo. Ele estava atrasado para a solenidade de inauguração. Finalmente chegou, e foi direto para junto do busto de seu pai. Via-se, então, no semblante das pessoas um ar de expectativa.

O povo se acotovelava cuidando para ficar mais perto do orador, por se tratar de uma oportunidade rara. Suas palavras soavam num ritmo cadenciado e afetivo, como se tivesse vivendo o melhor dia de sua vida. Era um momento de glória, sem dúvida! Atentas, as pessoas só cochichavam e ao mesmo tempo afinavam o ouvido num comportamento primoroso de atenção e respeito para melhor ouvi-lo.

O silêncio era tangível; sabia ele que ali se encontravam todos os estudantes do Colégio de que já fora diretor, bem como políticos e admiradores de todas as idades. Professor Antônio Simões ficou bem distante, de braços cruzados, isolado, com aspecto de ansiedade como um fã apaixonado que quer ver seu ídolo em ação. Quando alguém falava mais alto havia sempre quem pedisse silêncio.

Que delícia! O evento inaugural durou pouco menos de uma hora. Foi um deleite para todos os presentes e um ato inesquecível para a cidade. Quando a festa terminou, ouviam-se grupinhos aqui, ali e acolá, elogiando o poeta e escritor. Os comentários eram sobre a invejável oratória que acabavam de ouvir”.

Li com emoção os livros que ele me deu. “Na Trilha dos Matuiús” fez-me reviver minha infância em Ipueiras e “Estações de Sonetos” lavou-me a alma. A poetisa Dalinha Catunda afirmou-me ser este o seu predileto. Mas fui além. Queria ler mais. Daí, “ganhei” a Internet.

Viajando nos sites encontro facilmente várias citações do poeta e escritor José Costa Matos, como a de Nilto Maciel, de 27/5/2006, no Panorama do Conto Cearense-Parte III: "José Costa Matos (Ipueiras, 1927), poeta, contista e romancista, tem alguns livros de poemas e é autor do volume Na Trilha dos Matuiús (1998), um dos vencedores do II Prêmio Ceará de Literatura, de que resultou livro com este título, em 1995. Está presente em algumas antologias, como O Talento Cearense em Contos, com "Incêndio na Pedra". Ganhou alguns prêmios literários fora do Ceará. Membro da Academia Cearense de Letras” (www.cronopios.com.br/site/artigos.asp?id=1393 - 100k).

Dimas Macedo, poeta e escritor, em seu artigo Literatura e Escritores Cearenses, cita-o em 2005, no site http://www.oboe.com.br/: “Já Costa Matos, nascido poeta ainda na década de 1940, atravessou as décadas seguintes fiel ao ideário da sua vocação, tendo recentemente (1997) estreado como romancista, sendo desta forma merecida a sua inserção nos quadros da literatura cearense atual”.

Encontro, na minha busca, artigos de Costa Matos no Diário do Nordeste, do que é exemplo o “Janela para o Ano-Novo” de 24/12/2006, mensagem de Natal transformada símbolo de esperança, com um fecho harmonioso e sobretudo belo: “Tempos de sofrimento na civilização do estresse. Mas neste Natal, janela aberta para o Ano-Novo, cumpre sustentar o pensamento destes dois versos: “Deus tem oficina de salvação/ depois da última curva da esperança”.

E quando nos apresenta Marco Maciel, novo membro da Academia Brasileira de Letras, sob o título “Modelos Para a Juventude” na secção Opinião do mesmo jornal, em 15 de Agosto de 2004, um primor de parágrafo ao final: “Não há como esconder que Marco Maciel, esse viajante dos altiplanos do sucesso, merece a visão dos novos olhos de Marcel Proust. Sua humildade cristã quase o silencia. Mas se a inveja social silenciar seu exemplo aos moços, a esses que ainda sustentam alguma fé no futuro deste País, até as pedras dos caminhos gritarão o seu nome. Como na metáfora do Evangelho”.

Não menos eloqüente, na crônica “Verdade em João Paulo II”, no mesmo jornal em 16 de maio de 2005, a conclusão: “Do alto da lógica de Deus e do tempo de Deus, acima da percepção da sociedade que tanto discute a problemática nacional, o papa João Paulo II afirmou esta surpresa:
- O Brasil precisa de santos.”

Eu não poderia finalizar de melhor forma que transcrevendo, de “O Povoamento da Solidão”, os versos de minha preferência:

ENIGMA
Que sábia mão escreve a profecia
das chuvas
no êxodo miúdo das formigas?
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Foto do poeta José Costa Matos: clicada em Fortaleza, pelo gestor do blog, em janeiro de 2007.
Figura de vagalumes: http://www.uol.com.br/
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Jean Kleber de Abreu Mattos, cearense, nascido em Fortaleza, viveu em Ipueiras dos dois aos oito anos de idade. Foi universitário de agronomia em Fortaleza e em Recife. Formou-se em Pernambuco. Atualmente doutor em Fitopatologia, é professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília.

18.8.07

A CRUZ DA FINADA MARTA

Por
Dalinha Catunda

Ipueiras, como muitas cidades do interior, tem suas estradas cheias de cruzes. Por detrás de cada cruz uma história triste a ser contada.

Lá pros lados do talhado, na Ladeira dos Montes, existe uma cruz marcando mais uma das tantas histórias tristes. A história da finada Marta.

Contam que há muito tempo atrás Marta contraiu lepra e fora abandonada por sua família no meio da floresta. Ali viveu como bicho do mato. Sua alimentação era deixada em cuias e latas na beira da estrada para que ela fosse pegar e matar a sua fome.

Um dia, Deus todo poderoso e misericordioso acabou com o sofrimento de Marta. Seu corpo mutilado ficava na terra e sua alma sofrida subia aos céus. Dizem que ali mesmo ela fora enterrada. Porém Marta não seria apenas uma triste história.

Depois de tanto sofrer, morrer e ser enterrada, no lugar onde seu corpo fora depositado, em volta a uma cruz singela, começaram a aparecer flores de toda natureza, flores antes nunca nascidas naquele lugar. As flores eram tão perfumadas que abelhas e borboletas se multiplicavam embelezando o local

A história se espalhou, e em pouco tempo o que era uma cruz se transformou em capela, as notícias de graças alcançadas se espalhavam pelos mais distantes lugares e os devotos eram tantos que virou até romaria.

Reza a lenda que quando o vento começa a soprar forte lá pras bandas do talhado, um cheiro intenso se espalha no ar. E, um vulto desce do céu brilhando mais que o luar.

Todos juram que é Marta, ela vem visitar as árvores, os pássaros, pois ali nos tempos difíceis passou a ser o seu ninho e ela de tempos em tempos retorna aos velhos caminhos.
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Foto da cruz existente num cemitério do século XIX na cidade de Göttingen-Alemanha:
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – POETISA, ESCRITORA E CORDELISTA. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É co-gestora convidada do blog Suaveolens, além de ter blog próprio:

16.8.07

UM DIA SEM CARRO

Por
Lin Chau Ming

Numa cidade grande como Nova York, com cerca de 8 milhões de habitantes, há, como já mencionei anteriormente, um sistema de transporte público bastante eficiente e barato. Milhões de pessoas utilizam esses serviços diariamente. A linha ferroviária, juntamente com uma frota de táxi e demais veículos particulares, completam as opções das pessoas daqui para acessar os mais diversos locais. Situação idêntica às demais grandes metrópoles do mundo.

Poucos utilizam transporte alternativo, o ritmo do trabalho e a necessidade de se estar em vários locais durante o dia, com horários bem próximos impedem que sejam utilizados esses outros tipos de transporte. Além do mais, na terra do automóvel, não fica difícil imaginar que há uma pesada propaganda para a venda de carros, e por conseqüência, aumento no consumo de combustíveis fósseis, maiores índices de poluição atmosférica, contribuição para o aquecimento global, etc.

Os Estados Unidos são os maiores consumidores de energia do mundo. Não tenho certeza, mas deve ser algo em torno de 40 a 50% de toda a energia consumida em todo o globo. E eles estão começando a pensar em alternativas energéticas, e o encontro entre o Bush e o Lula, pouco tempo atrás, foi um indicativo dessa preocupação, uma vez que o álcool é considerado (em teoria) um combustível renovável e que agride menos a natureza.

Fico a imaginar os reais motivos para o presidente americano pensar em uma alternativa que seja mais sustentável ambientalmente, uma vez que, lembre-se, eles não assinaram o protocolo de Kyoto, não concordam com as propostas de diminuição dos índices de emissão de gás carbônico na atmosfera, encaminhadas pelo conjunto das nações do mundo.

Num jornal de circulação diária, havia uma charge mostrando o presidente Bush lamentando, na escrivaninha de seu escritório, os azares com os desastres ambientais que estão ocorrendo agora nos Estados Unidos, como nevascas em alguns estados ao Norte/Nordeste, inundações no Centro-Sul, furacões na costa do Golfo Mexicano e queimadas nos estados da costa pacífica. E na gaveta de sua escrivaninha, o tal do protocolo, em branco, sem assinatura.

Por isso, atividades que saem do normal são objeto de matérias jornalísticas. Uma delas mostrava uma enfermeira que ia ao trabalho de bicicleta, todos os dias, independentemente das condições climáticas, num percurso de mais de 100 quarteirões. Muitos parabenizavam a jovem ciclista, que, com humildade, dizia ser uma atividade tranqüila, dada a rotina com que ela já realizava tal empreitada. Dizia ainda receber elogios no hospital onde trabalha pela forma física adquirida com esses exercícios diários.

No Brasil também há algumas iniciativas para as pessoas saírem do sedentarismo, como o dia em que há um desafio para que cidade mobilize seus moradores para fazer alguma atividade física, mesmo que seja por alguns minutos em um dia. Faz bem para a saúde pessoal.

Para a saúde do planeta, um dia sem carro. Muitos são partidários dessa idéia, mesmo por esse pequeno período. Outros, por período maior. E fazem disso, um estilo de viver. Nada mal, não somente para o planeta, mas também para as pessoas. Podem-se aumentar os contatos pessoais durante esse trajeto para o trabalho ou para outra atividade, melhorando a qualidade de vida.

Em Botucatu, devido à forma atribulada que levo minha vida, acostumei-me a andar de carro. Durante todos os anos em que lá morei, peguei o ônibus apenas uma vez; em todas as outras ocasiões, para me locomover, por comodidade, andava de carro. Isso me incomodava bastante, pois, além de gastar dinheiro com gasolina, estava engordando, barriguinha meio saliente e o fôlego diminuindo.

Tentei mudar essa situação algumas vezes, principalmente quando me mudei para um bairro vizinho ao Lageado. Podia ir caminhando à faculdade, cerca de dois quilômetros apenas, ou ainda ir de bicicleta, trajeto que não tomaria mais do que sete ou oito minutos. Adaptei uma pequena cesta na frente do guidão de minha bicicleta, para carregar algum material, comprei pneus novos, revisei os freios, pronto, meu transporte alternativo estava perfeito.

Consegui manter essa situação apenas por uns dois meses, depois, por preguiça, ou por causa do calor do sol do meio dia, desisti e voltei ao carro. A barriga saliente, infelizmente, voltou, o fôlego, sumiu novamente.

Aqui em Nova York, não tenho carro e também nem tenciono ter. Tenho andado muito de metrô e ônibus, mas aproveitando o relevo pouco acidentado da cidade, vou caminhando em muitas ocasiões. É bom para a minha saúde, não poluo o ambiente e, de quebra, ainda conheço lugares da cidade que não conheceria indo de metrô ou ônibus.

No início, as pernas fraquejavam, mas já me acostumei, hoje estou com um fôlego maior. Outra coisa boa nisso: meu nível de glicose no sangue (sou diabético) diminuiu bastante. Para essa doença, além dos exercícios físicos, preciso comer menos; vou conseguir.

Então, por uma contingência da minha situação aqui, vou ficar, sem que isso me incomode, não apenas um dia, mas dezenove meses sem carro.

Bom para o meu bolso, minha saúde e é uma singela contribuição que dou ao nosso planeta.
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Lin Chau Ming é engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Ensino "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (1981), doutor em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1996) e doutor em Ciências Biológicas (Botânica) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1995). Atualmente é professor adjunto da UNESP em Botucatú-São Paulo. É editor chefe da Revista Brasileira de Plantas medicinais. Este ano (2007), está em Nova York, na Columbia University, fazendo pós-doutorado na área de Etnobotânica.

13.8.07

O POVO A VAIAR O SOL

Por
Marcondes Rosa

De início, a irreverência incontida dos cariocas, na abertura dos Jogos Panamericanos, a vaiar o presidente Lula, em seu repisado narcisismo do "nunca na história deste País"...

Depois, a tragédia do air bus da Tam, em Congonhas, a nos pôr abaixo o narcisismo do apagão aéreo como "prosperidade", decantada sob o lema do "goze e relaxe"...

Súbito, o crescente "não dá mais p'ra segurar", em seu ingênuo "lirismo (...) com manifestação de apreço" aos tempos de agora, a explodir, entre o povo, na reação do "estamos cansados" e do "saco cheio", do Oiapoque ao Chuí...

Cá entre nós, ao sul do equador - onde crescimento econômico, desde Celso Furtado, tentava se metamorfosear em sustentável desenvolvimento, pelas laboriosas vias da agricultura e da indústria -, nem mesmo a decantada segurança das bolsas nos calaria.

Por trás da digna intenção, de franciscana raiz da ecclesia lascatorum, deixava escapar sinais do clientelismo governamental e dos grupos econômicos a "viciar o cidadão", em meio ao crime e à prostituição até.

Na terra de santa cruz, o "mau desenvolvimento" terminou por acentuar o crime, que, no Ceará, aguarda "ronda chic" a reprimi-lo. Isso, justo onde o governo, cobrado, decai em sã humildade, auto-reprovando-se com nota baixa...

Felizes esses irônicos tempos de vaias, arrogâncias e narcisismos ao chão! Infantes com lápis e borracha à mão, em aulas de caligrafia, refazemos afinal os borrões de nossa histórica vida política, tentando passar a limpo "este País".

Que seja assim, do Planalto Central, ao Nordeste e Fortaleza. Sobretudo desta, que, narcísea, proclama-se "bela". É bom não esquecermos que nosso povo, como outrora, pode repetir cena histórica: vaiar, em plena Praça do Ferreira, o astro-rei, que, na dita "terra do sol", um dia, tardou pelo esperado amanhecer...
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Publicado originalmente no jornal O Povo - Fortaleza-CE, a 06/08/2007
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NOTA DO BLOG: o sol vaiado, ilustração do livro "Praça do Ferreira: o Inédito, o Sério, o Pitoresco" de Daniel Carneiro Job, a cargo do desenhista Rubens de Azevedo. O fato histórico, segundo o autor, teria se dado no dia 30 de janeiro de 1942. O livro foi editado em 1992 em Fortaleza-CE, ao que tudo indica com recursos próprios do autor, com prefácio do reitor da UFC, Antônio Martins Filho.
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Marcondes Rosa de Sousa, advogado, é professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (UECe). É uma das maiores autoridades em educação do Brasil. Ex-presidente do Conselho de Educação do Ceará e do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação, é Colunista do jornal " O Povo ", onde mantém seus artigos quinzenais.

12.8.07

MEU PAI, JEREMIAS CATUNDA MALAQUIAS

Por
Bérgson Frota

Introdução do blog (Jean Kleber): como gestor do blog, eu já intentava, faz algum tempo, escrever algo sobre Jeremias Catunda, um dos ídolos ipueirenses de minha infância. Para mim, o correligionário de meu pai, Sebastião Mattos Sobrinho e o esportista, pois jogava "volley-ball" na quadra do Educandário, assim como seu irmão Jonas, que também era um "volley-ball player" mas que eu o via mais como o goleiro do time de futebol. Ficamos devendo, portanto, a crônica especial sobre o poeta Jeremias.

MEU PAI

Falar de alguém sempre presente na nossa vida é difícil, pois carecemos de distância para rompermos a cumplicidade da intimidade no intuito de não exagerarmos nem diminuirmos no que vamos expor, enfim, a difícil prática da virtude do meio tão preconizada por Aristóteles.

O começo nos soa distante, e as imagens lutam para se fixarem na memória, enfim, vão surgindo as primeiras lembranças aos poucos, como a nos pedir tempo.

As constantes viagens, sempre a quebrar a sua presença no lar. Os telegramas antecipando sua volta. Os passeios nos primeiros carros. O exemplo de dignidade e amor no lar. A sempre dedicação aos pais e irmãos, eternos tributários seus à Lei Maior.

Sua cultura, a ser seguida por mim e meus irmãos.

O pacificador das constantes querelas familiares onde sempre primou pela concórdia e união.

Um político nato, um exímio orador.

Na mocidade, quando morando em Fortaleza, o jovem trabalhador, na labuta durante o dia para depois varar as madrugadas debruçado sobre os livros, queria estudar Direito.

Aproveitou as lições do tempo que viveu, e dele presenciou suas alegrias e tristezas, mas a estas não deixou que lhe endurecesse o espírito, ao contrário, tornou-se melhor.

Quando pela marcha irrevogável do tempo chega aos 81 anos, com o corpo já fragilizado, traz na consciência a tranqüilidade de que se não fez tudo que quis, pelo possível se esforçou e com dificuldade concretizou.

O dia dos pais é o dia em que lhe prestamos tributo, eu e meus irmãos, e como toda a humanidade, que tem na figura paterna a importante base da família, prestamos nós tributo também a todos os pais, os que são e os que serão e finalmente aos que já se foram deixando nos seus a eterna e insubstituível lacuna que nada, nem o tempo deixa a saudade apagar.

( Publicado no jornal O Povo, de Fortaleza-CE, em 12.08.2007 )
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Foto do atleta Jeremias Catunda nos anos 50:
www.ipueiras.ce.gov.br/
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Bérgson Frota, formado em Filosofia/Licenciatura pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e em Direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), é um prestigiado cronista ipueirense e pesquisador da história e da geografia do Ceará, especialmente da cidade de Ipueiras. É professor visitante da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e professor de Grego Clássico no Seminário da Prainha - Fortaleza.

7.8.07

MEU PAI

Por
Dalinha Catunda

Pai,
O tempo está voando,
Noventa são os seus anos,
Mas sua alegria é 10.
Essa sua energia,
Certamente é a magia,
A movimentar os seus pés.

Agradeço ao criador
Essa dádiva divina.
Tenho um pai especial,
E por ele muita estima,
Ainda lhe peço a benção,
Como fazia em menina.

Aquelas surras que um dia,
Por merecer eu levei,
Não "se avexe", pai querido,
esse caso eu abafei,
mas, p'ra falar a verdade,
Naquele tempo doeu.

Hoje eu vivo distante,
e tenho muitas saudades,
mas sempre que posso volto,
à nossa velha cidade,
para abraçar o meu pai,
que é minha felicidade.
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Publicado originalmente no blog de Ipueiras por Marcondes:
http://www.grupos.com.br/blog/ipueiras
Foto de Expedito Catunda, pai da poetisa Dalinha Catunda:
http://www.cantinhodadalinha.blogspot.com/
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Maria de Lourdes Aragão Catunda – POETISA, ESCRITORA E CORDELISTA. Nascida e criada em Ipueiras-CE, conhecida popularmente como Dalinha Catunda, vive atualmente no Rio de Janeiro. Publica nos jornais "Diário do Nordeste" e "O Povo", nas revistas "Cidade Universidade" e "Municípios" e nos blogs: Primeira Coluna, Ipueiras e Ethos-Paidéia. É co-gestora convidada do blog Suaveolens.

3.8.07

A MATRIZ DE SÃO GONÇALO

Por
Bérgson Frota


Celebra-se em 2007, os 250 anos de fundação da freguesia de São Gonçalo da Serra dos Cocos, atual Matriz de São Gonçalo, distrito de Ipueiras.

Possuindo uma história rica e mais antiga que a da sede do município, foi uma das quatro primeiras freguesias a serem criadas no Ceará.

Sua fundação data de 30 de agosto de 1757, por provisão do bispo de Pernambuco, Dom Francisco Xavier Aranha e durante 126 anos foi o maior centro da religiosidade na região.

Enquanto freguesia recebeu quatorze vigários, alguns dos quais permaneceram por mais de trinta anos. Devido a sua importância religiosa, jesuítas perseguidos nela se refugiaram, e intentaram construir um convento próximo, ficando porém só nos alicerces, ainda hoje vistos.

A extinção da freguesia deu-se em 27 de outubro de 1883, ano em que Ipueiras tornou-se município.

A história e o patrimônio deste renomado distrito, representado pela bela capela de estilo barroco tardio, de grossas paredes e altar singular, obra do século XVIII, são a prova física e palpável do esmero com que ainda hoje são conservados, festejados e mantidos os ritos de devoção e fé ao venerado padroeiro.

A Matriz de São Gonçalo situa-se na região oeste do município, sobre a serra da Ibiapaba, e dista 18 km da sede, sendo dos distritos de Ipueiras, um dos mais bem assistidos e o mais visitado.
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A foto da matriz é de Carlos Moreira do blog Primeira Coluna:
A foto da placa que comemora os 200 anos é do site oficial de Ipueiras:
www.ipueiras.ce.gov.br/ e nela se lê: "1757-1957: Placa afixada em 30-08-57 pelo Pe. Francisco Correia Lima, vigário de Ipueiras, comemorativa do bicentenário da Freguesia de S. Gonçalo da Serra dos Côcos, criada em 30-8-1757."
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Bérgson Frota, formado em Filosofia/Licenciatura pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e em Direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), é um prestigiado cronista ipueirense e pesquisador da história e da geografia do Ceará, especialmente da cidade de Ipueiras. É professor visitante da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e professor de Grego Clássico no Seminário da Prainha - Fortaleza.

NOTÍCIAS PARA O BLOG


Por
Tereza Mourão
Co-gestora


Amigos, aproveito aqui para enviar fotos da III Festa Junina de Ipueiras do Ceará, onde eles fizeram uma homenagem a Gerardo Mello Mourão. Soubemos que íamos receber uma placa em sua homenagem, pelo Secretário de Cultura. Daí, pedi que fosse minha irmã Elisa a receber, já que estava sempre em contato direto com o nosso poeta maior.

Quem entregou a placa foram duas jovens cordelistas, que estão na única foto primeira, onde aparecemos Elisa e eu. A segunda foto é do atual prefeito Raimundo Melo Sampaio com a primeira dama D. Ana Tereza e a coordenação de um dos grupos de quadrinha concorrentes ao prêmio, o Xote-A (uma professora e a diretora da Escola de Ensino Fundamental Normalice).

A referida placa entregarei, quando chegar a Brasilia, a seu filho, o Embaixador Gonçalo de Barros Mello Mourão, para fazer parte do acervo de Gerardo. Para lembrá-lo, citarei aqui um trecho do cordel que está no livro, se não me engano Rastro de Apolo, que diz assim:
Nasci cantando viola,
Sou Mourão das ipueiras,
Tanto canto em minha terra
Como em terras estrangeiras

2.8.07

SOU PEDAÇOS DO ONTEM E AMANHÃ !

Por
Ângela Gurgel (*)

Mulher, menina, poeta (?);
Mãe, esposa, amante,
Companheira, amiga, madrinha
Filha, cunhada, estudante
Dona-de-casa, irmã, afilhada
Tia, ex-professora, sobrinha,
Aprendiz, curiosa, diplomada;

Alegre, ousada, comportada,
Chata, brincalhona, organizada,
Palhaça, séria, irritada,
Ciumenta, possessiva, desleixada,
Solidária, humana, altruísta.
Compreensiva, exigente, egoísta;

Sou muitas e nenhuma,
Sou o que me permito construir,
Todo dia me renovo e me desfaço
Colocando peças aqui e ali,
Tiro excessos, junto pedaços,
E de muitas me faço uma!

Sou uma busca constante,
Uma nova mulher a cada instante,
Um ser heterogêneo e mutante.
Sou sonhos de um mundo distante,
Realidade desfeita e reciclada
Sou pedaços do ontem e amanhã!
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(*) No site "Recanto das Letras" a autora assina Ângela Rodrigues.
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Poesia publicada originalmente no site:
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/angelagurgel
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Ângela M. Rodrigues de Oliveira P. Gurgel, poetisa, nasceu em Mossoró-RN, tendo vivido em outras cidades do Rio Grande do Norte (Almino Afonso, Caraúbas, Caicó e Natal) e do Pará (Tucuruí e Marabá). Mora em Mossoró-RN. Graduada em Ciências Sociais, cursa atualmente Filosofia na UERN (Universidade do Estado do RN) e Direito na UnP (Universidade Potiguar). Já exerceu o cargo de Secretária de Educação em Caráubas, onde também foi Diretora de uma escola de Ensino Médio.